O novo supercomputador adquirido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) permite ao Brasil melhorar a qualidade das previsões meteorológicas e investir no desenvolvimento de cenários climáticos futuros globais e regionais para a América do Sul e outras áreas de interesse, além de sistemas de informação para prevenção de desastres naturais.
Adquirido com recursos do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), o equipamento será fornecido pela empresa norte-americana Cray, vencedora da licitação internacional no valor de R$ 50 milhões, encerrada no mês passado. A cifra envolve, além do equipamento, toda a instalação e o fornecimento de suporte técnico. O MCT entrou com R$ 35 milhões e a Fapesp com R$ 15 milhões.
Com o novo equipamento, que, segundo o Inpe, amplia em 50 vezes a sua capacidade de processamento, será possível implementar uma série de inovações já em curso. De acordo com o instituto a atual infraestrutura computacional opera no limite de sua capacidade, o que tem impedido a incorporação de avanços já desenvolvidos nas áreas de modelagem numérica, modelagem de mudanças climáticas, assimilação de dados, química e aerossóis, atmosfera, oceanos e vegetação, que devemos trazer melhorias às previsões de tempo e clima e às simulações de mudanças climáticas.
O Inpe diz que, com a aquisição do supercomputador, serão geradas previsões de tempo mais confiáveis, com maior prazo de antecedência e de melhor qualidade, ampliando o nível de detalhamento para 5 quilômetros na América do Sul e 20 quilômetros para todo o globo. Será possível prever ainda eventos extremos com boa confiabilidade, como chuva intensa, seca, geada, onda de calor, entre outros. As previsões ambientais e de qualidade do ar também serão beneficiadas, gerando prognósticos de maior resolução, de 15 quilômetros, com até seis dias de antecedência.
O equipamento também será fundamental para o desenvolvimento e implementação do Modelo Brasileiro do Sistema Climático Global, que incorporará todos os elementos do Sistema Terrestre (atmosfera, oceanos, criosfera, vegetação, ciclos biogeoquímicos, etc.), suas interações e como este sistema está sendo perturbado por ações antropogênicas (por exemplo, emissões de gases de efeito estufa, mudanças na vegetação, urbanização, etc.).
O novo sistema de supercomputação será instalado no Inpe de Cachoeira Paulista, no interior de São Paulo, e será utilizado pelos centros de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTec) e de Ciência do Sistema Terrestre (CCST) do próprio Instituto, além dos grupos de pesquisa, instituições e universidades integrantes da Rede Brasileira de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas (Rede Clima) do MCT, do Programa Fapesp de Pesquisa em Mudanças Climáticas Globais e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) para Mudanças Climáticas.
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