O comércio eletrônico no estado de São Paulo teve faturamento de R$ 9 bilhões até agosto, o que representa um crescimento nominal de 1% frente ao mesmo período de 2014. No comparativo entre o mesmo período do ano passado e 2013, a alta havia sido de 17,9%, de acordo com a Pesquisa Conjuntural do Comércio Eletrônico, divulgada nesta quarta-feira, 14.
Realizada pela empresa de monitoramento de comércio eletrônico E-bit em parceria com a Fecomercio-SP, a pesquisa mostra que a cifra movimentada pelo e-commerce representou 2,6% do total registrado pelo varejo paulista entre janeiro e agosto, que foi de cerca de R$ 350 bilhões. No período, foram efetuados 25,1 milhões de pedidos, com tíquete médio de R$ 359 em todo o Estado.
Segundo a Fecomercio-SP, o comércio eletrônico ainda ganha espaço por causa da mudança de comportamento do consumidor, embora este já sinta os efeitos da inflação elevada, juros altos, escassez de crédito e o aumento do desemprego.
A pesquisa, que traça comparações entre os volumes negociados no e-commerce com o faturamento mensal das lojas físicas no Estado, segmentadas em 16 regiões, revela ainda que as vendas no e-commerce estão mais concentradas em itens de bens duráveis (eletrodomésticos e eletrônicos, por exemplo) e semiduráveis (vestuários e calçados), os mais afetados pela retração econômica.
Das 16 regiões analisadas, há uma nítida diferença entre o perfil de compras do interior e da região metropolitana. Os maiores tíquetes médios estão nas regiões de Ribeirão Preto (R$ 393) e Araçatuba (R$ 393), enquanto a capital paulista (R$ 341) e Guarulhos (R$ 344) são as regiões com menores gastos por pedido.
De acordo com a assessoria econômica da Fecomercio-SP, uma possível explicação para o resultado é que o e-commerce na região metropolitana está mais difundido para compra de itens de menor valor, como vestuário, por exemplo.
Com relação à participação do e-commerce no varejo total, apenas três regiões apresentaram estabilidade ou queda no comparativo com 2014 — na região do ABCD, passou de 3,7% para 2,9%; em Guarulhos registrou 2,4%, ante 2,5% em 2014; e em Osasco manteve-se em 1,8%.
Para a Fecomercio-SP, a maior oferta de produtos na região metropolitana, a logística e, consequentemente, a maior concorrência e promoções das lojas físicas podem explicar, em parte, os resultados.
Queda de participação
Embora os dados de faturamento do varejo paulista de agosto ainda sejam uma prévia, a participação do faturamento real do comércio eletrônico passou de 2,5% em julho para 2,3%. Trata-se da menor participação já observada desde o início do ano e da primeira vez que o indicador apresenta queda na comparação com o mesmo mês do ano anterior.
O comércio varejista total, segundo dados projetados da PCCV, deve ter atingido um faturamento real de R$ 44,4 bilhões, enquanto o comércio eletrônico acusou faturamento de R$ 1 bilhão. Com tíquete médio de R$ 370,9 no mês, foram realizados 2.783.372 pedidos — o menor valor deste ano.
Na comparação entre agosto de 2015 frente ao mesmo mês do ano anterior, nota-se um recuo de 10,1% do faturamento do comércio eletrônico no estado.