Em meio à pandemia de Covid-19, a telemedicina ganhou força a fim de se garantir o acesso à continuidade de tratamentos e até mesmo consultas de rotina. No HCor, as teleconsultas se tornaram realidade em diferentes especialidades e, agora, também passam a beneficiar pacientes com cardiopatias congênitas de fora de São Paulo, encaminhados pela regulação nacional. O projeto é viabilizado pelo Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS), do Ministério da Saúde.
De acordo com Dra. Patrícia Elias, cardiologista da equipe de cardiopediatria, esses bebês e crianças já são atendidos no hospital para serem submetidos a cirurgias, o que muda com a implantação das teleconsultas é a otimização da rotina de atendimento, que se torna mais rápida e assertiva.
"Através da plataforma digital (DR. TIS), nós temos a atualização da condição clínica da criança e a avaliação do médico que a acompanha em sua cidade. Com essas informações, nossa equipe consegue passar todas as orientações para que essa criança chegue ao hospital seguindo todos os protocolos, em condições adequadas para tratar a cardiopatia", explica.
Ainda segundo ela, antes da telemedicina, algumas vezes era necessário esperar que a criança estivesse apta para a cirurgia com ela longe de casa, o que demandava tempo e custo.
A Dra. Ieda Jatene, cardiologista e Líder Médica do Serviço de Cardiologia Pediátrica, comenta que, além dessas consultas pré-cirúrgicas, em alguns casos, pode ser realizado o acompanhamento desse paciente após o procedimento.
Transferência de conhecimento
Transferir conhecimento é uma das maneiras mais assertivas para o fortalecimento da saúde no Brasil e a forma pela qual o HCor busca ampliar o acesso ao atendimento rápido e de qualidade a famílias com bebês acometidos por cardiopatias congênitas.
"Nosso objetivo é compartilhar expertise, a fim de minimizar o vazio assistencial de determinadas regiões. Após o treinamento, esses profissionais já estão capacitados tecnicamente a realizar cirurgias e todo o acompanhamento de crianças com cardiopatia congênita em seu estado de origem, podendo atender os pacientes que ali residem", destaca a superintendente de Responsabilidade Social do HCor, Bernardete Weber, que fica à frente da área que coordena os projetos da instituição viabilizados por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS), como é o caso das capacitações em cardiopatias congênitas.
Roberta Rehem de Azevedo, líder de projetos da Plataforma Congênitos do HCor, explica que, a depender de sua área de atuação, cada profissional é alocado com seus pares e permanece por uma semana ou mais acompanhando de perto todos os processos e fluxos estabelecidos para esses pacientes. "Nutricionistas ficam sete dias conosco, fisioterapeutas e enfermeiros, 10, enquanto os médicos passam 15 dias acompanhando o atendimento ambulatorial, cirurgias e exames", comenta.
Realizado desde 2009 pelo hospital, em 2020, o projeto passou por um período de interrupção devido à pandemia de Covid-19, mas, em outubro, retomou as atividades com turmas presenciais.
Área exclusiva em cardiopatias congênitas
Hospital referência em cardiologia no País, o HCor conta com uma área exclusiva destinada a oferecer uma linha de cuidado completa a pacientes com diagnósticos de cardiopatias congênitas, tanto pela saúde suplementar quanto pelo SUS, por meio de sua filantropia.
No Brasil, hoje, cerca de 30 mil crianças nascidas podem ser diagnosticadas com cardiopatias congênitas, anormalidade da estrutura ou função do coração que englobam alterações desde o feto até a idade adulta.
O atendimento a esses pacientes no hospital foi estruturado há mais de 35 anos (em 1983) e, de lá para cá, a instituição implementou uma unidade totalmente dedicada a esses pacientes. Além da área física, a instituição conta com equipe médica especializada, equipe multiprofissional treinada e equipamentos de última geração.
O programa de cardiologia fetal permite o acompanhamento das gestantes e a realização de partos cujos fetos apresentam cardiopatias graves que necessitam de tratamento (cirúrgico ou por cateterismo) logo após o nascimento, e a continuidade do seguimento sempre que necessário, uma vez que alguns pacientes podem necessitar de novos procedimentos ao longo da vida.
A área de Cardiopatia Congênita do HCor realiza todos os tipos de procedimento, como: atendimento ambulatorial; exames de imagem (necessários para a confirmação e esclarecimento do diagnóstico da cardiopatia congênita); transplantes cardíacos; cirurgias convencionais; e cirurgias híbridas (realizadas nas chamadas Salas Híbridas, onde o cirurgião e o hemodinamicista trabalham em conjunto em um ambiente que une centro cirúrgico e laboratório de hemodinâmica para procedimentos de intervenção não cirúrgica, associados a equipamentos de imagem de alta definição).