Peso pesado das telecomunicações, Verizon é favorita a ficar com o Yahoo, dizem analistas

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Antes da abertura das propostas de compra do Yahoo, marcada para a próxima segunda-feira, 18, executivos da empresa se reuniram nesta sexta-feira, 15, com representantes dos interessados para discutir alguns aspectos do leilão. Os executivos do Yahoo fizeram projeções financeiras sombrias para o ano em curso, mas se recusaram a discutir as perspectivas para 2017 ou a responder perguntas sobre aspectos cruciais do negócio. Nenhum entre as três dezenas de pretendentes presentes questionou sobre a venda da empresa, segundo informa o The New York Times.

De qualquer maneira, a expectativa é que várias grandes empresas façam seus lances. A favorita para ficar com o Yahoo, no entanto, de acordo executivos e analistas de mercado que acompanham o processo de venda, é a Verizon, peso pesado americano das telecomunicações, que quer reforçar os seus meios digitais e o negócio de publicidade online. Ela manifestou publicamente interesse adquirir o negócio de internet e incorporá-lo à sua divisão AOL.

Até mesmo o Google, que concorre com o Yahoo no segmento de buscas na internet, chegou a considerar fazer uma oferta pela empresa, mas, segundo as mesmas fontes, é improvável que venha a participar da licitação por temer que o órgão regular antitruste barre o negócio devido aos riscos à concorrência que a operação conjunta das empresas representaria.

Outras empresas de renome no mercado, incluindo AT&T, CBS e os fundos de investimento Silver Lake, Kohlberg Kravis Roberts e General Atlantic também são tidos como prováveis participantes da licitação. Ainda de acordo com as fontes, a SoftBank, gigante japonesa das telecomunicações que controla Yahoo Japan, não deve fazer uma oferta pela empresa, apesar das notícias em contrário publicadas pela imprensa norte-americana.

Na apresentação com 90 slides, os executivos do Yahoo mostraram os concorrentes da empresa e como ela têm se esforçado para enfrentá-los no mercado. Entretanto, eles apresentaram apenas um par de slides sobre estratégias importantes da empresa, como o seu caro projeto Hail Mary (Ave Maria) que visa criar uma experiência totalmente nova de busca móvel para concorrer como Google, Apple e Amazon.

A CEO do Yahoo, Marissa Mayer, deverá enfrentar perguntas sobre a licitação na terça-feira, 19, quando a empresa anunciará os resultados do primeiro trimestre de 2016. O relatório financeiro deve trazer uma análise sobre como Yahoo está operando após a demissão de 15% de sua força de trabalho anunciada em fevereiro. O valor de mercado do Yahoo está agora em cerca de US$ 35 bilhões. A empresa também pode divulgar o resultado das vendas de patentes e de imóveis, cuja meta era arrecadar entre US$ 1 bilhão e US $ 3 bilhões.

Uma das razões para a relutância do Yahoo em compartilhar informações pode ser o fato de a situação da empresa estar pior do que ela tem divulgado, avaliam analistas. Marissa Mayer disse em várias ocasiões que quer tornar os serviços do Yahoo um "hábito diário" dos usuários da internet. Mas depois de quase quatro anos no comando do Yahoo, a CEO conseguiu fazer com que apenas 10% dos 1 bilhão de visitantes mensais aos sites do Yahoo voltem todos os dias, o que sugere que eles têm pouco apego à marca. A título de comparação, no Facebook, 65% dos usuários visitam o site diariamente.

O Conselho de Administração do Yahoo, que passou mais de um ano analisando os riscos da venda de ativos, acabou concordando com a venda da totalidade ou partes da empresa e contratou três bancos de investimento para coordenar o processo, após o fundo de hedge Starboard Value, especializado em campanhas de acionistas ativistas, anunciar que lançará uma "proxy fight" (disputa entre acionistas com objetivo de conquistar o controle administrativo da empresa) para nomear nove diretores para o conselho.

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