Facebook, Google, Yahoo e Twitter ficaram com 65% da publicidade digital em 2015

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Os gastos com publicidade digital nos Estados Unidos cresceram mais de 20% no ano passado, totalizando cerca de US$ 60 bilhões. A maior parte desse bolo (65%) foi abocanhada por apenas cinco empresas de tecnologia: Facebook, Google, Yahoo, Twitter e Verizon. Ou seja, nenhuma delas do setor de mídia, embora todas elas integrem ou agreguem notícias em seus sites.

É o que revela o último relatório divulgado pelo Pew Research Center, o qual mostra uma forte expansão dos investimentos dos anunciantes em publicidade digital — abrangendo todos os anúncios digitais em mídias sociais, ferramentas de buscas e qualquer outro tipo de site —, em detrimento da mídia tradicional, em especial os jornais diários, que atravessam uma das mais graves crises de sua história, com orçamentos reduzidos e demissões em massa.

Levantamento feito pela empresa de pesquisas descobriu que cerca de quatro em cada dez adultos americanos (38%) disseram que, na maioria das vezes, leem notícias de fontes digitais, incluindo sites de notícias ou aplicativos (28%) e sites de redes sociais (18%). Embora esses percentuais sejam menores do que o daqueles que têm como fonte de notícias a televisão (57%), elas já superam tanto de rádio (25%) quanto os jornais impressos (20%).

"Cada vez mais, os dados sugerem que o impacto que as empresas de tecnologia estão tendo sobre o negócio do jornalismo vai muito além do lado financeiro, com os elementos fulcrais na indústria de notícias como um todo", diz o relatório do Pew Research Center. A ironia, prossegue o estudo, é que apesar de ser um "produto", o jornalismo é rotineiramente "vendido" como "conteúdo" por essas plataformas de tecnologia, que são as principais beneficiárias do crescimento da publicidade digital.

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O relatório ressalta ainda que, em vez dos meios de comunicação se beneficiarem desse crescimento, são empresas como o Facebook e a Apple as escolhas preferenciais das agências de publicidade digital, já que suas plataformas tornaram-se as fontes dominantes para distribuição de conteúdo, assumindo o papel que até então era dos jornais.

Outra constatação do estudo é que o público consumidor de notícias está cada vez mais se voltando para os dispositivos móveis. Uma nova análise do Pew Research sobre o tráfego digital de 110 jornais, TVs e meios digitais revela que a maioria deles (99) teve mais visitantes originários de dispositivos móveis do que de desktops. O acesso móvel ao noticiário foi particularmente notável entre os veículos da mídia impressa: entre os 50 sites de jornais diários analisados, a empresa diz que o tráfego digital móvel aumentou em mais da metade em 2015, para 44. Entre os sites de 12 revistas de variedades a tendência foi a mesma: o tráfego móvel mais que duplicou, de quatro para nove em 2015.

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