Em um momento em que contato físico está sendo restringido na sociedade e as pessoas mantêm uma distância de pelo menos um metro entre si na hora de fazer compras, a startup Payface entra em cena para tornar o processo de pagamento mais rápido, seguro e sem toque. Fundada no fim de 2018, a empresa acaba de finalizar uma rodada de investimentos de R$ 3 milhões — somados os aportes feitos pela empresa de tecnologia BRQ Digital Solutions, o fundo Next A&M da consultoria Alvarez & Marsal, a aceleradora Darwin Startups, além de grupos de investidores apoiados pela Harvard Angels e Nikkey Empreendedores do Brasil (NEB), e individuais como o Conrado Engel, ex-presidente do HSBC no Brasil.
A Payface desenvolve tecnologia própria de reconhecimento facial para proporcionar uma experiência diferenciada de pagamento. A ferramenta conecta por biometria facial o rosto de cada usuário com os mais diferentes meios de pagamento utilizados pelos varejistas — de cartões de crédito, private labels (cartões de varejistas), wallets (carteiras virtuais), adquirentes, subadquirentes e gateways de pagamento. Sem precisar mostrar o cartão no momento da compra, o consumidor passa a fazer suas compras usando apenas o rosto, diminuindo filas e evitando contato físico.
Do outro lado da operação, a solução oferece vantagens ao varejista que vão além da otimização do tempo de atendimento nos caixas. Possibilita que os estabelecimentos integrem a tecnologia com seus programas de fidelidade e sistemas de relacionamento com o cliente, colaborando para tomada de decisão. "O nosso foco prioritário são os supermercados e farmácias, serviços essenciais que precisam se adaptar ainda mais às regras sanitárias em voga", comenta Eládio Isoppo, cofundador e CEO da startup. Segundo ele, agregar um pagamento completamente sem contato físico é uma das principais formas de ajudar o varejo físico neste período.
Investimentos para acelerar
A startup recebeu investimento pré-seed em 2019 e fechou sua nova rodada de aportes este ano. Para Isoppo, consolidar o novo investimento em um momento instável como a pandemia só foi possível pela proposta de valor aos grandes varejistas e consumidores. "As primeiras trocas com os investidores aconteceram antes de a crise do coronavírus chegar ao Brasil, mas mesmo enfrentando a pandemia conseguimos manter nossas negociações. Tivemos conversas com investidores até maio", afirma o CEO.
Com o capital, a startup planeja expandir a sua operação, que é viabilizada pelos varejistas, e iniciar novas contratações. Aproveitando o contexto atual da Covid-19, a empresa está adaptando a tecnologia para permitir que o reconhecimento facial seja feito até com o uso de máscaras de proteção e que todo o procedimento possa ser feito sem o toque no dispositivo localizado no comércio, evitando o contágio com o vírus.
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