A contínua globalização financeira tem levado empresas brasileiras a internacionalizarem suas operações, onde a tecnologia da informação cumpre papel relevante nesse processo, com o consequente riscos associados, como os crimes cibernéticos, por exemplo, que causam enormes perdas financeiras por meio de roubo e vazamento de dados.
De olho nisso, o segmento de TI avança na contratação de apólices de seguros integradas, o chamado Programa Mundial. Trata-se de um conjunto de apólices que visam cobrir toda a operação da empresa nos diversos países em que atua.
A seguradora AIG observa que a principal demanda hoje é referente ao seguro contra crimes cibernéticos, exatamente focado em gerenciar e precaver a exposição de dados e informações sigilosas. "A internacionalização hoje é uma realidade para as empresas de TI, inclusive entre as pequenas e médias empresas. Tais companhias operam muitas vezes em mercados bastante litigiosos e regulados, como os EUA, por exemplo. Portanto, com uma estrutura de Programa Mundial, as empresas atendem às legislações de cada país e podem contar com o pagamento de sinistro localmente", explica Vivian Rennó, gerente de Programas Mundiais da AIG Brasil.
Outros seguros importantes que vêm sendo demandados dentro da estrutura de Programa Mundial, como o D&O (Directors & Officers), de responsabilização pessoal dos executivos por atos de gestão; de Responsabilidade Civil Profissional, que dispõe de coberturas contra diversos tipos de prejuízos, desde modalidades básicas a apólices combinadas.
As apólices de um Programa Mundial operam de maneira interligada, assegurando que riscos específicos de cada mercado sejam adequadamente protegidos. Existem outras vantagens nessa estrutura como, por exemplo, a centralização do programa de seguros no Brasil, a proteção global dos ativos e a minimização dos riscos regulatórios e reputacionais.
"O Brasil é reconhecidamente um dos países mais visados no que diz respeito à violação de dados, o que acarreta em um crescimento na demanda por seguro cibernético, ainda que pequeno em comparação com mercados mais maduros", completa Flávio Sá, gerente de Linhas Financeiras da AIG.
Outro indicativo que expõe esse avanço foi revelado por um estudo de 2015 da Fundação Dom Cabral, no qual as multinacionais brasileiras disseram esperar um desempenho acima da média para suas atividades internacionais. "É claro que esse otimismo com o mercado externo depende das oscilações globais, mas a intenção de ampliar investimentos no exterior precisa ser resguardada por um programa de seguros que proteja os riscos inerentes a essa expansão", conclui a executiva da AIG.