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Teradata expande recursos de banco de dados e leva big data/analytics para a nuvem

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Pressionada pela concorrência de gigantes como Microsoft, IBM e Oracle, e rivais menores como Pivotal e Vertica Systems (adquirida em 2011 pela HP), que chegaram antes aos mercados de big data/analytics e computação em nuvem, a Teradata tenta agora recuperar o tempo perdido com a expansão de seu portfólio  e, ao mesmo tempo, retomar o crescimento e a rentabilidade.

A estratégia adotada pela fornecedora de soluções analíticas até aqui tem sido a aquisição de empresas que possam complementar ou expandir seu portfólio de soluções, além de trazer profissionais capacitados para o centro de pesquisas da companhia. Nos cinco últimos anos, a Teradata adquiriu nada menos que cinco empresas — Aprimo e Aster Data Sytems, em 2011, Revelytix e Hadapt, em 2014, e a holandesa FLXone, em 2015. Neste ano, ela comprou a Big Data Partnership, fornecedora britânica de soluções, serviços e treinamento em big data.

A frente de ação de curto prazo da Teradata, no entanto, inclui um extenso catálogo de soluções, que abrange desde um banco de dados analítico com sistema de processamento paralelo (MPP); soluções analíticas de dados em nuvem; aceleradores para projetos de Internet das Coisas (IoT); metodologia para avaliar o valor de negócios de soluções analíticas e um pacote completo de recursos para analisar reações comportamentais de clientes.

“Temos atuado fundamentalmente como uma empresa tecnologia avançada, imersa em dados. Agora, temos que evoluir para ser um negócio mais focado. Tecnologia será sempre importante, mas temos que encontrar soluções de tecnologia que nos leve a atingir objetivos de negócios em grande escala”, ressaltou Victor Lund, presidente e CEO, Teradata, durante a abertura do Partners 2016, evento anual que reúne clientes e parceiros de negócios e acontece até esta quinta-feira 15, em Atlanta, nos EUA.

Lund assumiu o comando da Teradata em maio passado, em substituição a Mike Koehler, depois de ocupar um assento no Conselho de Administração por nove anos. Ele assumiu o cargo com a promessa de “uma transformação abrangente, incluindo tanto a sua tecnologia quanto a estratégia de go-to-market”.

A reformulação do portfólio, além de dar condições à Teradata de competir em pé de igualdade que o grandes players de computação em nuvem e big data/analytics, pode reverter a estagnação nas vendas e trazer de volta o azul para a última linha do balanço da empresa, que encerrou o primeiro trimestre deste ano com queda de 4% na receita, para US$ 545 milhões, e um prejuízo líquido de US$ 46 milhões. A margem bruta foi de 47,6% contra 49,4% no primeiro trimestre de 2015.

Os resultados já começam a aparecer. Embora tenha fechado o segundo trimestre com recuo de 4% na receita, para US$ 599 milhões, contra US$ 623 milhões em igual período do ano passado, a empresa conseguiu reverter um prejuízo de US$ 265 milhões um ano antes e registrar lucro de US$ 64 milhões entre abril e junho deste ano.

Banco de dados tudo-em-um

O carro-chefe das novas linhas de produtos é o Teradata Everywhere, que como o próprio nome sugere é um banco de dados analítico MPP que pode operar em múltiplas nuvens públicas, ambientes de nuvem gerenciados e em instalações on-premises, incluindo Amazon Web Services (AWS), Microsoft Azure, Teradata Managed Cloud, software de virtualização VMware e na plataforma Teradata IntelliFlex. Trata-se, na realidade, de uma versão aperfeiçoada do Teradata Database, o banco de dados que, segundo a empresa, torna o ambiente de análise de uma companhia mais rápido e intuitivo.

“É tudo para uma escolha do cliente sem sacrifício. As empresas precisam que seus dados e ambiente analítico de sejam ágeis, multifacetado e flexível”, enfatiza Oliver Ratzesberger, vice-presidente executivo e diretor de produto da Teradata. “E o Teradata Everywhere significa que exatamente o mesmo banco de dados pode ser implantado on-premises e na nuvem. Independentemente da combinação, o objetivo é entregar esta capacidade para que as empresas possam concentrar suas energias na execução de análises para melhorar o seu negócio”, completa.

Outra funcionalidade citada pelo executivo é o fato de o Teradata Everywhere assegurar a compatibilidade de banco de dados em todos os modos de implantação, já que a maioria das empresas está optando por arquiteturas de nuvem híbrida. “Ele proporciona a flexibilidade necessária para implementar uma arquitetura híbrida com uma base de dados comum, que permite a mudança de cargas de trabalho entre ambientes conforme as necessidades do negócio”, afirma Ratzesberger.

O Teradata Database para nuvem já está disponível na Amazon Web Services, divisão de serviços na nuvem e servidores da Amazon.com, em quase uma dúzia de regiões geográficas ao redor do mundo, inclusive o Brasil. A diferença agora, segundo Ratzesberger, é que ele pode ser oferecido em uma configuração de processamento massivamente paralelo, escalável até 32 nós.

Ratzesberger informa que o Teradata Database estará disponível pela primeira vez no Azure, o serviço de infraestrutura em nuvem da Microsoft. Os clientes terão à disposição todos os recursos de banco de dados da Teradata, na modalidade sob demanda, e em uma base “pay-as-you-go” (pague apenas pelo que utilizar, em tradução livre). Em breve, diz ele, o Teradata Database no Azure oferecerá recursos completos e também uma configuração de processamento massivamente paralelo e escalável para até 32 nós como a oferta na AWS. A previsão é que o banco de dados esteja disponível na maioria das regiões a partir do quarto trimestre deste ano.

Aposta no analytics em nuvem

No caso específico do Brasil, que tem uma grande base instalada de sistemas legados de banco de dados, o principal apelo da solução está no ganho de tempo, economia e aproveitamento de banda, já que para fazer o processo de carga do legado de uma empresa é necessário que esta disponha de link com muita capacidade, porque o volume de dados legados é muito grande, afirma Sérgio Farina, gerente-geral da Teradata Brasil.

Há ganhos também, segundo o executivo, no gerenciamento e na análise dos dados que estão no Hadoop, o mais conhecido e popular sistema para gestão de big data, que é utilizado normalmente para armazenar dados em plataformas mais baratas. Várias empresas, como a Amazon Web Services, Microsoft e a própria Teradata, trataram empacotar o Hadoop em serviços ou pacotes de consumo mais simples, por sua habilidade de distribuir carga de trabalho potencialmente para centenas de servidores, tornando o big data gerenciável e mais barato.

Farina conta que o Teradata Database hoje já tem forte presença no setor de governo, particularmente na esfera federal. “Ele é o responsável por analisar toda a sazonalidade dos beneficiários do programa Bolsa Família do governo federal. Ele faz o cruzamento das informações com a base de dados do Ministério da Educação para verificar se as crianças da família estão frequentando a escola. Ou, então, sobre a participação das gestantes no programa de pré-natal”, explica o executivo.

O Ministério do Trabalho também usa o banco de dados para gerenciar o Seguro Desemprego, desde a apuração, concessão até a manutenção do benefício, com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) e Ministério do Desenvolvimento Social são outros órgãos do governo federal que utilizam soluções analíticas de negócios da Teradata, informa Farina. Ele diz que o uso de soluções analíticas em cloud é uma aposta que a Teradata tem plena certeza de sucesso no Brasil devido ao perfil das empresas.

Portfólio abrangente

Além do novo banco de dados, outro destaque do portfólio da Teradata é o Borderless Analytics, capaz de gerenciar ambientes analíticos multissistema e transferir cargas de trabalho. Um dos problemas com a nuvem híbrida é o impacto que isso tem na análise de dados, já que muitas vezes resulta em dificuldades na localização de dados, e retarda todo o processo. A importância do ambiente multissistema é que ele ajuda as empresas a equilibrar picos de uso, gerenciar gastos e ajuda a garantir que o processamento analítico esteja perto dos dados de origem.

O Borderless promete cumprir a promessa de nuvem híbrida, fornecendo capacidades que permitirá que um usuário possa analisar os dados onde ele quer, quando quiser, independentemente de onde os dados e plataformas estejam. A empresa diz que a capacidade do produto tem sido possível graças à mais recente versão do seu software análise QueryGrid e o software Teradata Unity.

O desenvolvimento do Teradata Borderless Analytics vem em resposta à crença crescente de que as nuvens híbridas serão as nuvens do futuro. E a Teradata não é a única a acreditar nisso, fornecedores como a HP Enterprise, IBM, Oracle e outros também professam a mesma fé.

Completam o portfólio o Aster Data Systems, sistema para gestão e análise de dados; o Journey Analytic Solution, um conjunto que reúne recursos para analisar o comportamento de cada cliente individual; e o Analytics of Things Accelerators (AoTAs). Este último possibilita às organizações determinar que os dados do sensor e confiar e manter, ao escolher tipos e combinações de técnicas analíticas para melhor abordar as questões específicas de negócios.

*O jornalista viajou a Atlanta, nos EUA, a convite da empresa.

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