Ecos do artigo da revista norte-americana Wired, que em meados do ano passado declarou a morte da world wide web (www), ressoaram no último painel desta quarta-feira, 16, primeiro dia do WebExpoForum. E nem poderia ser diferente, pois o tema do painel – "A internet fora do browser" – procurou debater o crescimento do tráfego de dados na internet por meio de aplicativos, arquivos peer-to-peer e sites de buscas, sobretudo o Google.
De maneira geral, a opinião dos palestrantes foi a de que a web como conhecemos hoje não morrerá, mas se enfraquecerá ao longo do tempo. A exceção foi o CEO da Pontomobi, Leo Xavier, que relembrou o polêmico artigo do periódico americano e ratificou-o. "Cada vez mais os aplicativos servirão de atalho para o acesso à internet e não haverá mais necessidade do browser para estar conectado", disse. A causa disso, segundo ele, é a "aplicatização" desencadeada a partir do modelo de computação móvel do iPhone e seguida pelos demais players de mercado.
Opinião diferente foi manifestada pelo general manager da Razorfish no Brasil, Fernando Tassinari. Segundo ele "nada morre". "O que acontece é que o comportamento das pessoas muda, o uso vai sendo alterado, mas a web não vai morrer, nada morre". Guilherme Santa Rosa, sócio e vice-presidente de Tecnologia e P&D da Mowa, fez uma analogia da world wide web com o logradouro de uma cidade e disse que, na qualidade de endereço virtual necessário para se chegar a algum lugar (no caso, um site), a www jamais morrerá. "O que assistiremos é o esforço dos browsers para buscar uma integração cada vez maior com as ferramentas de buscas e mídias sociais", prevê. Mesma opinião apresentou o italiano Federico Pisani Massamormile, CEO da Hanzo, que acredita que os browsers e a internet fora da web coexistirão por muito tempo.
Diante de todas essas opiniões, Xavier ponderou seu raciocínio e concordou com a mesa, porém fez questão de advertir: "a web pode não morrer, mas o conteúdo e o contexto serão os reis desse novo mundo".
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