Desde a sua popularização, por meio de benefícios na comunicação, automatização e otimização do tempo atrelados ao uso de dispositivos móveis, a Internet das Coisas (IoT) pode ser considerada um ecossistema tecnológico em constante modificação. Mas, ainda que a capacidade de conectar carros, casas e cidades à internet soe como uma melhora significativa, é importante destacar os riscos que essa praticidade pode causar, principalmente para quem dispõe desses recursos no ambiente de trabalho.
De acordo com informações da Associação Brasileira de Internet das Coisas (ABINC), incidentes recentes elevaram a desconfiança de empresas em relação à segurança de dispositivos IoT. Uma série de relatórios avaliou a segurança digital dentro do ambiente corporativo e o resultado foi que as tentativas de ataques, em períodos de aproximadamente um ano, ultrapassam milhares.
A explicação para essa vulnerabilidade pode estar justamente no aumento do uso de dispositivos IoT nas empresas. Por isso, é importante que a idealização desses dispositivos seja feita de forma cada vez mais segura. Um artigo que li recentemente salienta a necessidade de se investir em uma infraestrutura proporcional às tecnologias implementadas no seu negócio.
Isso quer dizer que, além da segurança digital, é preciso que as empresas possuam profissionais de TI com conhecimento suficiente para evitar desperdícios. De nada adianta investir em aquisição de dispositivos e máquinas que não dispõem do recurso de comunicação com o ambiente IoT.
Quanto mais complexa for a tecnologia adotada por uma empresa, também complexas devem ser as camadas de segurança físicas e digitais. Uma pesquisa aprofundada com o fornecedor pode trazer soluções que funcionem bem integradas, bem como a contratação de soluções completas e robustas de segurança corporativa.
Neste contexto, é possível destacar como riscos em relação às práticas de IoT corporativa as falhas em processos por problemas de estrutura, a interrupção da produção e, ainda, as falhas na segurança das informações por vulnerabilidades na rede, falta de mecanismos de atualização seguros, uso de dispositivos obsoletos, entre outros.
O fato que quero ressaltar é que, mesmo que os dispositivos estejam aparentemente seguros, com uso de VPNs ou firewalls, é importante atentar à infraestrutura dos equipamentos para garantir uma maior segurança de dados no espaço digital. Bons hardwares, grandes capacidades de armazenamento e máquinas potentes não impedem que o sistema esteja vulnerável a ataques cibernéticos. O valor e a eficácia da IoT tem uma relação direta com a segurança que traz para os seus usuários.
Corrigir vulnerabilidades, atualizar os sistemas operacionais e patches sempre que necessário e ter uma equipe dedicada e atenta a quaisquer falhas, é fundamental para que a IoT seja aproveitada da melhor maneira, valorizando as transmissões rápidas de dados que fornecem informações em tempo real.
O mercado está agindo de maneira positiva: a ABINC aponta que há uma estimativa de melhora na segurança digital ao longo de 2020. Segundo a associação, devem ser desenvolvidos dispositivos com segurança aprimorada. As técnicas de Machine Learning, IA e Big Data também serão aliadas na identificação e redução de riscos, tornando mais segura a proteção dos dados. Há um caminho a ser percorrido pela melhoria na cibersegurança, mas as evoluções já são bastante favoráveis.
Carlos Baleeiro, country manager da ESET no Brasil.