Metade das empresas no mundo não sabe o que fazer com os dados armazenados, indica estudo

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A popularização dos smartphones e tablets, mídias sociais, wearable devices (dispositivos vestíveis) e um número cada vez maior de dispositivos, equipamentos e objetos conectados tem gerado um volume de dados sem precedentes. E a tendência é que aumente ainda mais. Projeções dos institutos de pesquisa Gartner e IDC indicam que, por volta de 2020, mais de 7 bilhões de pessoas em no mínimo 30 bilhões de dispositivos terão criado 44 zettabytes de dados — ou 44 trilhões de gigabytes.

Um estudo encomendado ao IFF (Institute for the Future) e ao instituto Vanson Bourne pela EMC revela, no entanto, que, embora a maioria absoluta das empresas saibam que podem lucrar com esses dados, 49% delas admitem não saber o que fazer com tantas informações armazenadas.

Intitulado "The Information Generation: Transforming The Future", o estudo constatou que, apesar de 70% das organizações dizerem que podem obter informações com esses dados, apenas 30% se consideram capazes de lidar com elas em tempo real. Outros 52% de líderes empresariais — diretores e executivos ­— do mundo todo entrevistados admitem que não usam os dados com eficiência ou estão soterrados pela avalanche de informações. Somente 24% se consideram "muito bons" em transformar os dados em dados em insights e informações úteis.

Chama a atenção o fato de 63% dos diretores e executivos empresariais avaliarem que a tomada de decisões seria melhorada se os dados mais relevantes estivessem disponíveis para eles no momento certo. Entrevistados nos EUA (45%), França (45%), Índia (43%), Alemanha (43%) e Cingapura (43%), por exemplo, se mostraram mais propensos a acreditar que a abundância de informações melhorou a capacidade de fazer o seu trabalho. Em contrapartida, os entrevistados no México (26%) foram os que demonstraram estar menos inclinados a achar que essa profusão de informações pode beneficiá-los, apesar de terem confiança na capacidade para produzi-las.

Repensar a forma de fazer negócios

Um índice de 65% dos líderes empresariais disse que a possibilidade de transformar os dados em insights e informações valiosas está levando a sua organização repensar a forma como faz negócios. Essa percepção, segundo o estudo, é mais acentuada em sete países, incluindo os que compõem as regiões do Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, além de no México e na Suíça.

O levantamento também aponta que 34% desses líderes globalmente se dizem capazes de perceber novas oportunidades em toda a organização. E destes que conseguem detectar novas oportunidades, pelo menos em certa medida, 23% avaliam que fazem isso extremamente bem. "Aqueles que estão aprendendo com a avalanche de informações e a rede conectada, estão obtendo vantagens", observa Rodrigo Gazzaneo, gerente do Executive Briefing Center da EMC, localizado no seu Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Big Data, construído no Parque Tecnológico do Rio de Janeiro, na Ilha do Fundão.

Segundo ele, no ambiente de negócios atual, moldado pela geração de informações, são necessários atributos estratégicos e atitudes para o sucesso. Gazzaneo explica que o IFF especifica cinco atributos que a corporações devem adotar: reconhecer novas oportunidades no mercado, demonstrar transparência e confiabilidade, inovar com agilidade, oferecer experiências personalizadas e exclusivas e operar em tempo real. "Mas, como mostra o estudo, poucas empresas lidam bem com isso, já que apenas 12% se dizem capazes de reconhecer novas oportunidades no mercado e 9%, de inovar de forma ágil."

O dado surpreendente é que organizações na China, Índia, México, Brasil, África do Sul e Austrália estão à frente nesses quesitos.

Metodologia do estudo

A Vanson Bourne entrevistou 3,6 mil líderes empresariais em 18 países, abrangendo empresas de grande e médio porte em nove setores para determinar os principais fundamentos empresariais exigidos para ter sucesso hoje e ao longo da próxima década. O Institute for the Future dirigiu a criação do estudo para identificar e prever os fundamentos e as mudanças no novo mundo digital. Os fundamentos e os questionários da pesquisa baseiam-se em workshops e entrevistas aprofundadas com mais de 40 influentes tomadores de decisão de todo o mundo e especialistas de vários setores, com uma combinação de líderes acadêmicos, setoriais, de organizações sem fins lucrativos e de grandes instituições de pesquisa e consultoria.

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