Depois de abandonar o plano de vender seus ativos e de nomear John Chen como novo presidente-executivo interino — responsável pela recuperação da Sybase, no final dos anos 1990 —, a BlackBerry vai enfrentar seu primeiro teste na bolsa eletrônica Nasdaq na sexta-feira, 20, quando divulgará os resultados financeiros do terceiro trimestre fiscal. Analistas e investidores, que já haviam reagido com ceticismo à nomeação de Chen e aos seus comentários, preveem que a empresas apresentará piora em quase todas as métricas financeiras essenciais.
Além de sua precária situação de caixa — alguns chegam a dizer que ela pode ficar sem dinheiro até o fim do ano que vem —, analistas projetam que a BlackBerry reportará queda na receita com serviços e, possivelmente, mais um trimestre de resultado ruim nas vendas de smartphones. Boa parte deles avalia as opções de Chen para mudar esse cenário como limitadas.
Apesar de o processo de venda da BlackBerry ter atraído alguns interessados?, esses mesmos analistas consideram que as perspectivas de crescimento da empresa são bastente desanimadoras. Até porque Chen forneceu poucos detalhes a respeito de seu plano para transformar a empresa. Os investidores devem ouvir o executivo sobre os planos para a recuperação da empresa, pela primeira vez, depois que for divulgado o balanço.
Alguns analistas chegam a sugerir que Chen encerre o negócio de smartphones, embora reconheçam que essa medida custaria muito dinheiro. Mesmo fechar a empresa inteiramente seria uma proposta cara, podendo custar mais do que a BlackBerry tem em seu balanço patrimonial, conforme declarou o analista do Citigroup, Ehud Gelblum, ao The Wall Street Journal.