Maioria dos satélites militares e de comunicação aérea é vulnerável a hackers, afirmam especialistas

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A enorme gama de sistemas de satélites fabricados por alguns dos maiores fornecedores do mundo contém vulnerabilidades graves que poderiam ser exploradas para interromper as operações militares e as comunicações para a segurança de vôo, alertam pesquisadores.

A consultoria de segurança IOActive diz ter descoberto várias vulnerabilidades em software e sistemas terrestres de satélites fabricados por fornecedores britânicos como a Cobham e a Inmarsat, além de empresas norte-americanas como a Harris Corporation, Hughes e Iridium, ao lado da Thuraya, fornecedora dos Emirados Árabes, e Japan Radio Company.

Pesquisadores do Computer Emergency Response Team (Cert), baseado na Universidade Carnegie Mellon, na Pensilvânia, que é patrocinado pelo Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos, já haviam alertado sobre inúmeras vulnerabilidades em janeiro. Mas na quarta-feira, 16, mais informações sobre supostas fraquezas dos sistemas vieram à tona, em meio à crescente preocupação com as ameaças, segundo o jornal britânico Guardian.

O último relatório da IOActive sugere que há alguns sistemas fáceis de serem hackeados??, muitos dos quais foram projetados para manter aviões, navios e pessoal do exército seguros.

Muitas das questões encontram-se nos terminais de satélite da Broadband Global Area Network (BGAN), rede global via satélite, que fabricantes como a Inmarsat produzem — a operadora de satélite forneceu os sistemas para ajudar localizar o avião da Malaysia Airlines desaparecido no dia 8 de março, com 239 pessoas a bordo. A rede BGAN é projetada para fornecer conectividade à internet e comunicação por voz para as equipes remotas.

Os terminais de satélite BGAN da Harris afetados são usados ??por militares, incluindo os da Otan, para comunicações táticas por rádio. Graças às vulnerabilidades, um hacker poderia instalar software malicioso nos dispositivos para obter a localização dos soldados usando um kit ou até mesmo desativar os sistemas, de acordo com a IOActive.

A Cobham produz a maioria dos terminais Inmarsat detectados como vulneráveis. Aqueles usados para transporte, como o sistema de alerta de segurança de navios, podem ser explorados para impedir a detecção de mensagens de socorro ou para orientar aqueles que contêm carga sensível em rota de colisão, explicou Ruben Santamarta, pesquisador da IOActive que descobriu os supostos pontos fracos.

"Os terminais da Cobham podem ser comprometidos para alterar as comunicações por satélite de aeronaves, chamadas de Addressing and Reporting System (Acars), utilizados por aviões", acrescentou. O Acars é usado para transmitir informações vitais, tal como os níveis de combustível.

De acordo com o jornal britânico, somente a Iridium havia confirmado que estava trabalhando nas correções das vulnerabilidades. Nenhum dos demais fabricantes respondeu ao contato do Cert, que havia sido informada dos problemas pela IOActive, disse Santamarta.

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