O governo dos EUA anunciou sanções contra a Huawei nesta sexta-feira, 17, ao anunciar que o Departamento de Comércio colocou a empresa numa "lista de instituições" para qual é proibida ao fornecedores norte-americanos a compra ou venda de componentes ou peças de telecomunicações sem a aprovação do governo, segundo informa a Agência Reuters.
Além disso, o presidente Trump assinou uma ordem executiva que proíbe as empresas de telecomunicações de comprar equipamentos fabricados no exterior que são considerados um risco para a segurança nacional, estabelecendo as bases para impedir efetivamente que as empresas norte-americanas usem equipamentos da Huawei em suas redes.
O potencial de perda de acesso a fornecedores dos EUA poderia prejudicar os esforços globais de smartphones da Huawei no curto prazo. Quando uma proibição semelhante foi imposta contra a fabricante de smartphones chinesa ZTE em 2018, a empresa estava quase incapacitada, uma vez que foi forçada a encerrar temporariamente "grandes atividades operacionais".
A punição à Huawei deverá afetar empresas como Qualcomm e Intel, que deverão buscar fornecedores alternativos. Dos US $ 70 bilhões que a Huawei gastou em 2018 na aquisição de componentes, cerca de US $ 11 bilhões foram para empresas dos EUA, segundo a Reuters.
Os números mostram que a Huawei conseguiu crescer sem depender muito do norte-americano. Em 2018, a empresa teve um aumento de receitas globais de vendas da ordem de 20%, ano a ano, totalizando US$ 105 bilhões. No entanto, desse total, as Américas representaram apenas US$ 7 bilhões, ou menos de 7% das vendas globais da empresa. Os EUA representam apenas uma parte desses 7%.