O conselho de administração do Google aprovou acordo com acionistas para que retirem ação judicial aberta contra a empresa no ano passado. O processo tinha como objetivo impedir a execução de um programa de emissão de uma nova classe de ações (classe C) que não daria poder de voto aos acionistas, mas garantia a distribuição de dividendos a todos os detentores desses papéis.
Em documento enviado nesta segunda-feira, 17, à Securities and Exchange Commission (SEC), órgão regulador do mercado de capitais dos EUA, o memorando de entendimento do Google propõe os termos do acordo, os quais a companhia pretende cumprir. O documento estabelece que, caso o Google considere usar mais de 10 milhões de ações classe C no pagamento de uma aquisição, por exemplo, os membros do conselho terão de analisar como isso poderá afetar os acionistas de títulos classe A.
O gigante das buscas disse ainda que está aberto a pagar honorários advocatícios e reembolso de possíveis despesas no caso. O acordo agora segue sujeito à aprovação do Tribunal de Chancery, em Delaware (EUA).
Entenda o caso
Em abril do ano passado, o Brockton Retirement Board processou o Google após o anúncio do plano de desdobramento de ações, o qual previa que a companhia pagasse aos acionistas um dividendo de uma ação de classe C para cada ação de classe A que possuíssem. Como resultado, as ações de classe C seriam usadas no pagamento de aquisições ou em prêmios para funcionários, o que diluiria a participação dos acionistas. Ainda segundo a ação judicial movida por Brockton, a medida beneficiaria injustamente os cofundadores da companhia, Larry Page e Sergey Brin, dando-lhes maior controle na empresa.