Os avanços da tecnologia vem causando impactos na sociedade como um todo. Na área da saúde, por exemplo, vemos que as novas tecnologias trazem muitos benefícios para laboratórios, hospitais e também para os médicos e para os pacientes. Nesse sentido, estamos vendo cada vez mais os médicos e hospitais discutirem a real necessidade – e usabilidade – do prontuário eletrônico do paciente. Qual é o momento para adotar o prontuário eletrônico? Vale a pena investir nesse sistema para ter bons resultados? Quem é o principal beneficiado?
Apesar de todos esses questionamentos, estudos apontam que a intenção de uso de prontuário eletrônico do paciente (PEP) vem crescendo, mas ainda está aquém em comparação com outros países. A Pesquisa Médicos 2015, realizada a cada dois anos pela Accenture, mostra que, de 2013 a 2015, aumentou em 70% a opinião de profissionais que acreditam que é preciso estar mais preparados para o uso do PEP. No entanto, somente 61% dos profissionais brasileiros utilizam o sistema regularmente para lançar e consultar informações do paciente, contra 85% nos Estados Unidos.
Mas quais são as reais vantagens do PEP? Com o prontuário eletrônico é possível gravar todo o histórico do paciente em um único sistema, o que permite que todos os médicos de qualquer especialidade e demais profissionais tenham acesso aos dados detalhados de todos os exames e tratamentos realizados, além de destacar possíveis pontos de acompanhamento e atenção. Com isso é possível fazer diagnósticos mais rápidos dos pacientes e tratamentos mais específicos e precisos.
A questão dos benefícios, especialmente do ponto de vista dos pacientes, também foi um dos temas abordados pela pesquisa da Accenture. O resultado mostra que 87% dos médicos brasileiros acreditam que todos esses benefícios colaboram para que o paciente se sinta mais satisfeito e, para 83%, é fundamental para que ele se torne mais engajado ao tratamento.
Para as instituições que adotam esse sistema, a principal vantagem é que o cenário se torna muito mais macro, uma vez que com o PEP é possível manter um banco de dados de altíssima qualidade e detalhamento dos pacientes. E, com isso, é possível oferecer um serviço completo e eficiente.
A tendência – e também um dos principais desafios – é que o PEP se torne um sistema único e integrado do paciente e seja uma ferramenta de gestão com a qual o paciente, ao longo de toda a sua vida, tenha o mesmo prontuário, em todas as instituições de saúde pelo qual o indivíduo passe em consulta ou exames. O PEP único já é uma tendência mundial, que vem trazendo bons resultados. Segundo dados do IESS (Instituto de Estudos de Saúde Suplementar) nos EUA, por exemplo, a implantação do Prontuário Eletrônico é parte da política de governo e desde 2011 há esforços para investir em torno de US$ 20 bilhões para implementação de tecnologias da informação em saúde no país.
Apesar de alguns profissionais ainda serem resistentes ao uso de algumas tecnologias, o que estamos vendo é que é preciso entender melhor a necessidade e as vantagens que a adoção dessas tecnologias podem trazer, tanto do ponto de vista dos médicos, quando dos pacientes. Hoje, a adoção do PEP tem se tornado uma realidade e isso está mostrando que com esse sistema é possível fazer um atendimento muito mais humanizado, que traz mais conforto e confiança dos pacientes e essas são grandes razões para repensarmos na utilização do prontuário eletrônico.
Roberto Ribeiro da Cruz, CEO da Pixeon.