O projeto conjunto do ITS, CPqD e Fórum Brasileiro de IoT divulgou nesta segunda-feira, 17, durante a Futurecom, as três finalistas do Desafio IoT: Quero Vaga, Smart Environment e UrbanTrees. As soluções serão apresentadas no evento para possíveis interessado em investir ou fazer parceria para apoiar o crescimento das propostas.
O Quero Vaga é um sistema de monitoramento e gerenciamento de vagas de estacionamento públicas e privadas via web; Smart Environment, um dispositivo de monitoramento do meio ambiente (que mede e armazena informações) e UrbanTree , que monitora as árvores e auxilia no gerenciamento e planejamento de poda, além de identificar quais são as árvores mais críticas e que apresentam maior risco à população.
Após as fases iniciais, em maio de 2016, uma comissão de especialistas analisou os oito projetos finalistas e selecionou quatro equipes, das quais três chegaram à reta final, que culmina com a apresentação do projeto no Espaço Inovação Futurecom, conta José Vidal Bellinetti, diretor do ITS.
Projetos
Quero Vaga Clicou, achou, parou. Com esse slogan, o Quero Vaga se constitui um sistema de monitoramento e gerenciamento de vagas de estacionamento públicas e privadas via web. A solução conta com sistema de pagamento e monitoramento online e em tempo real via web, além de oferecer uma interface de acesso aos dados que pode ser utilizada pelo poder público, usuários de estacionamentos ou por empresas privadas de estacionamentos como auxílio para o desenvolvimento de políticas de mobilidade e estratégias de negócios.
Os benefícios do Quero Vaga, de acordo com Alexandre Capucho e Michel Ferreira de Castro, compreendem agilidade na localização de vagas para estacionar, reduzindo gastos e impacto ambiental; facilidade de identificação das áreas públicas ordenadas, inclusive as para idosos, deficientes, motocicletas e bicicletas; facilidade de identificação de vagas em estacionamento rotativo público pago e estacionamentos privados por meio de aplicativo móvel para plataformas Android e Windows Phone; e diminuição do risco de reboque.
Além disso, favorece o acesso a informações de tempo de permanência, taxa de ocupação, rotatividade e usabilidade das vagas (big data) para gestão efetiva das operadoras de estacionamentos; e facilita o pagamento, favorecendo o uso de transações online através de cartão de crédito. O sistema Quero Vaga é um pacote hardware e software de gerenciamento inteligente de dados fornecidos por sensores e equipamentos baseados em hardware de alta tecnologia e desempenho.
"A proposta foi desenvolvida em parceria pela fluminense Innasa e pela paulista Innowatt baseada em um conjunto de sensores autônomos de baixo consumo e longa durabilidade, a solução de tecnologia nacional", frisa Capucho, explicando que os sensores se comunicam com um concentrador que envia os dados para o sistema de coleta de dados, sendo possível transformar todo este conteúdo em informações relevantes que agreguem valor para nossos clientes.
Todos os dados trafegam por uma rede sem fio, o que reduz o custo do projeto e possibilita a utilização da tecnologia mesmo nos locais mais difíceis, sem a necessidade de grandes obras ou de passar fio de um lado para outro. O sistema Quero Vaga emprega os conceitos de IoT, M2M (machine-to-machine), cloud computing e mobile.
Smart Environment
Com a meta de criar oportunidades de negócio com a utilização de Internet das Coisas e tecnologia, com qualidade, segurança e principalmente agilidade no desenvolvimento de soluções inovadoras para investidores, empresas e consumidores, a IOT4LIFE desenvolveu o Smart Environment, um dispositivo de monitoramento do meio ambiente, que mede e armazena informações.
Temperatura, qualidade do ar, chuva, umidade, luminosidade e raios UV em diversas regiões da mesma cidade são alguns dos indicadores passíveis de serem coletados pelo Smart Environment e armazenados pela própria solução em uma plataforma IoT, que permite consulta em tempo real de todos os dados históricos, suprindo a atual deficiência de dados assertivos das condições do meio ambiente em regiões específicas.
Segundo os idealizadores, o Smart Environment "abre um novo mercado para diversos setores, a exemplo de energia, hídrico, industrial, empreiteiras e principalmente empresas de consulta de informações, havendo também a possibilidade ser utilizado pela população em geral", informa Guilherme Poloni, acrescentando que os dados coletados "podem encontrar aplicação em inúmeros mercados, tais como consultas de padrões climáticos, regiões com maior índice de poluição, energia limpa (Solar-fotovoltaica), segurança e pluviometria". Entre os diferenciais do Smart Environment estão agilidade na análise dos projetos das empresas, parceria na definição do produto via consultoria de evolução de negócio e flexibilidade no desenvolvimento de novos dispositivos com baixo custo, prazo e qualidade.
A solução foi desenvolvida ao longo de 2016, por três analistas de sistemas que se uniram para formar a IoT4Life. Utiliza placas Arduino, com sensores especialmente desenvolvidos para Arduino, todos conectados sobre um shield Arduino elaborado pela IoT4Life. Somam-se a esses itens os conceitos de cloud, plataforma de IoT, WI-FI, TCP-IP e C.Para funcionamento, comenta Poloni, "é necessário ter somente internet WI-FI disponível. Sendo necessário a instalação por algum representante da IoT4Life para escolha do local correto para máxima experiência do cliente".
UrbanTrees
A solução UrbanTrees objetiva monitorar por meio de dispositivos IoT o desenvolvimento e a qualidade da arborização urbana. Com isso, gera subsídios e ferramentas aos gestores públicos e privados, que auxiliam no gerenciamento e planejamento de poda, otimizando as melhores rotas, custos, tamanho de equipes, além de identificar quais são as árvores mais críticas e que apresentam maior risco à sociedade. Composta por sensores de crescimento e inerciais sem fio – que permitem o registro e o monitoramento do crescimento e de pequenos movimentos nas copas das árvores, a solução disponibiliza os dados coletados em uma plataforma Web, permitindo a gestão das árvores urbanas e a identificação das árvores que possuem maior risco de queda.
De acordo com Esthevan Gasparoto, um dos idealizadores da solução, os benefícios da arborização urbana para a população são cientificamente comprovados, mas, o ciclo natural de crescimento, maturidade e morte exige atenção, pois, apenas na cidade de São Paulo, o número de queda de árvores cresceu 88% de 2014 (1.535 árvores) para 2015 (2.894 árvores), o que é equivalente a uma queda de árvore a cada 4 horas. Quando uma árvore morre ou cai inesperadamente, diversos prejuízos financeiros e materiais podem acontecer, e muitas vezes a vidas podem ser perdidas. Atuaremos gerando os subsídios necessários para mitigar estes problemas. Para atingir os objetivos, são instalados sensores nas copas das árvores de interesse, sendo que os dispositivos ficam hibernando e, quando ocorre uma movimentação superior a um threshold pré-determinado, os sensores transferem a informação para a web.
A Treevia é uma startup inédita no setor florestal mundial, frisa Gasparoto, explicando que, "por meio do uso de tecnologias inovadoras de hardware e de software, que envolvem IoT e Big Data, pretendemos provocar uma revolução tecnológica na forma em que as empresas e governos realizam o monitoramento de seus ativos florestais e ambientais". Entre as tecnologias aplicadas à solução estão BLE, LoRA e cloud computing.