Live discute a importância da visibilidade num mundo cloud first

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Nos últimos anos, vimos um aumento dramático no número de empresas que adotam estratégias de computação em nuvem. Desde o uso de aplicativos em máquinas locais até a hospedagem em um local remoto, as empresas passaram a ter vários benefícios. A nuvem nos negócios já é o novo normal. Hoje, a computação em nuvem serve como uma oportunidade para empresas de todos os portes, mas que precisam ter visibilidade para garantir eficiência das organizações e confiabilidade e segurança das aplicações para usuários.

Na Live realizada nesta quinta-feira, 17,  a Elastic e a TI Inside convidaram líderes de TI para debater o problema da visibilidade num mundo cloud first, que compartilharam suas opiniões sobre as principais tendências e desafios do uso da nuvem nos negócios.

Com  volumes de dados crescendo a índices exponenciais, as empresas têm enfrentado desafios diários para responder às demandas em tempo real. Para Daniel Falbi, diretor de Tecnologia, Infraestrutura e Cloud da Vivo, a mudança digital das organizações está acontecendo e na Vivo este é um processo em andamento saindo do estágio de uma empresa de telco e se posicionando no mercado como empresa de tecnologia, como um  hub tecnológico. "Assim estamos caminhando para melhor utilizar os dados que dispomos com toda a complexidade que isso envolve e a partir disso, fazer o nosso negócio mais competitivo, ao mesmo tempo mantendo  o ambiente operacional estável e utilizando esse contingente de dados para ter relevância e ser competitivo", contou. Segundo ele, é com base nesse volume de dados que se a empresa tem impulsionado seu business "os inputs gerados que nos levavam a  tomada de decisão e nos impulsionam", ressaltou.

Como uma empresa não nascida digital , a Vivo , como disse o executivo, teve de encarar  uma forma de  se relacionar com um grande volume de dados  e  correlacioná-los de forma saudável a fim de tomar decisões de negócios. "A relevância da quantidade de dados e do número de acessos, além da diversificação de ambiente foram norteadores e relevantes ao business da companhia a fim de torná-la  em um hub para nossos clientes", enfatizou.

Fernando Sá, diretor de Arquitetura de Soluções para Clientes da Oi Soluções, concorda que a média das grandes empresas  nasceram com aplicações on premises,  heterogêneas e  aos poucos foram aderindo as aplicações em cloud."'É fato que dos dados surgem as  informações de impacto para as companhias. Da mesma forma que  oriundo dos dados relevantes surgem os meios para decisões de negócios.  Existem opções para extrair os dados mais relevantes e ferramentas de negócios para insights de negócios real time como as da Elastic.  Mas neste universo de informações é preciso identificar aquelas que realmente impactam seus negócios, mas escolher as ferramentas  que ajudem em tempo real é fundamental", destacou.

Para Fernando  Zangrande, head de Operações de Data Center e Nuvem da Cirion, "um grande desafio para os clientes, superada a fase de migração à nuvem, usar os dados disponíveis, armazená-los e torná-los úteis, a meta que a maioria procura, é tornar estes dados correlacionáveis e coesos para utilizá-los em tempo real", acrescentou.

"É preciso lembrar que até 2025 vamos gerar 480 Zetabytes de dados diariamente e incluindo aí o aumento expansivo do IoT. Assim o desafio passa a ser a busca de dados  e depois  compartilhar, correlacionar e visualizá-los para obter insights de negócios. Lembro ainda que 25% das empresas, segundo uma pesquisa, apontam uma queda de produtividade por não fazer as buscas corretamente e consequentemente uma perda de receita em decorrência disso", afirmou Pedro Saenger, vice-presidente LATAM na Elastic.

Conforme explicou, a busca de informações no momento necessário é a diferença entre ganhar ou perder no mundo dos negócios de hoje. "Sabemos que os clientes hoje não querem mais esperar e quem tem as respostas corretas mais rápido estão à frente da concorrência. As empresas precisam trabalhar na velocidade do mundo, na transformação do mundo, pois é fato que no futuro será  isso que irá determinar o mercado: existem as empresas velozes  ou as empresas mortas."

Wagner Malerba Jr., gerente de TI da Loggi, alerta que essa objetividade é a marca das empresas nativas digitais, onde o tratamento de dados  é fundamental para entrega do resultado aos clientes . "Esta característica se transportou para as empresas de modo geral  especialmente por estarem mais atentas às suas bases de dados, na maioria com dados  estruturados, para se obter informações corretas e na velocidade necessária. Quando  a informação é tratada em nível diferente, permite que ela escale e possibilita  decisões asap, mas isso não acontece se não houver uma  correlação entre tecnologia e o negócio", afirmou.

Como se tornar uma empresa Data-Driven?

"As empresas que veem a utilidade dos dados e como eles as  tornam competitivas perceberam que é preciso observar para que eles não se tornem um custo.  Para que serão usados? Por quanto tempo? Para qual público se destina? Qual o ecossistema onde serão armazenados? Tudo isso impacta  sobre a competitividade dos negócios, na tomada de  decisões baseadas nesses dados, enfim tudo isso para se evitar o desperdício operacional",  elencou Daniel Falbi. Como disse o executivo,  a vinda da IoT trará um uso exponencial de dados,  e toda a dinâmica que envolve o uso de dados e a discussão de como saber qual será  o tipo de  manutenção, como usá-los é que gera uma cultura de data driven dentro da organização. "De fato, a cultura de uso dos dados nasce  antes da tomada de decisão, e vem  depois de seu uso, desde saber  por quanto tempo será usado e como expurgá-los depois", reiterou.

"Na Oi Soluções, estamos  entendendo estas necessidades dos clientes há algum tempo e fizemos disso um aprendizado interno", disse Fernado Sá. "Para isso, buscamos soluções de fontes diversas e  toda avaliação é feita conjuntamente extraindo aprendizado ao mesmo tempo e automaticamente com modelagem avançadas dentro da infraestrutura".

Zangrande  reforçou que das interações com os clientes vêm as soluções. "Precisamos lembrar que uma pessoa sem dados é apenas uma pessoa com uma opinião. Por isso, quando olhamos para nossos dados ou dos clientes, já atentamos para  como levar a informação para a ponta. Tratar os dados sempre o  mais próximo do cliente é fundamental a fim de garantir  a tomada de decisão mais fluida e rápida, que traga benefícios aos negócios da forma mais assertiva".

"Neste aspecto acredito que o desafio dos dados maltratados acaba por se tornar um problema, um custo. Por isso, a questão cultural é fundamental,  a data science, a observabilidade e a segurança devem estar presentes. Na Elastic trabalhamos dentro desses pilares. Velocidade de detectar e a velocidade de resolver os eventos  faz a diferença.  E é aí que  entra a observabilidade do comportamento na ponta para  apoiar as organizações a entregar a solução certa, no tempo certo e na velocidade desejada", afirmou Saenger.

Como disse Wagner Malerba, o dado deve vir em  primeiro lugar para o  negócio data-driven. E para isso o  nível de integração e automatização do processo é fundamental . "O monitoramento  de forma correta possibilita a observação para se conseguir sanar o mais rápido possível os erros ou acertos. O tempo de resposta  para entrega ou resolução de problemas é o que vai indicar o que se deve melhorar ou até mesmo aprimorar  dentro dos negócios", lembrou.

Segurança é fundamental

Malerba identifica que a segurança está presente em todas as etapas  e  em todos os sistemas de negócios. "Ambientes cloud ou on premise precisam estar conscientes  da cadeia de segurança. Integrar o sistema em camadas lógicas, monitoradas de forma correta e até nas plataformas cloud exigem que  culturalmente, dentro da empresa, devem funcionar de forma segura na cadeia de tecnologia para monitorar os sistemas, mas as falhas culturais, entre as pessoas é o maior desafio", relembrou o executivo.

"Hoje o cenário de segurança de dados ainda está ilhado, mas com a convergência entre segurança e observabilidade temos empresas que nascem seguras" by design".  E podemos agregar soluções deste mundo nato digital  para quem não nasceu assim", evidenciou Pedro Saenger.

Zangrande lembrou também que a segurança está em primeiro lugar e que não há segurança tecnológica de dados sem as pessoas que lidam com ela.  Ele alertou que além das soluções para segurança,  problemas acontecem com dados, sem falar na proteção, ocorrem  muitas vezes em função do versionamento e das ineficiências geradas ao se tomar um dado incorreto.

"Um dado assertivo e coeso deveria ser a meta das empresas, pois o versionamento traz vulnerabilidades. O usuário sempre dá um jeito por mais que os sistemas dificultem, por isso recomendo  o acesso a uma só fonte, com os devidos consentimentos".

Como disse Fernando Sá,  as empresas de  telecomunicação e finanças  desenvolveram muito a segurança, com equipes superpreparadas para cuidar da segurança nos ambientes em todas as etapas. Por isso hoje todas estas questões devem ser pensadas desde a arquitetura dos sistemas, além de aspectos como a automação e observabilidade.", reiterou.

"Segurança é um princípio. Na infraestrutura e na operação embora ainda vemos muitos eventos acontecendo. Mas no anseio de observar e ter base única de dados, acaba-se por tornar o acesso numa grande dificuldade, mas empregar uma  segmentação de acesso, ter fundamentos sólidos entre outros princípios da segurança pode tornar este processo menos traumático.

Algumas empresas caem nesta situação, na ânsia de observabilidade e esquecem de quem e por que as pessoas precisam dos dados, por isso ter dados bem  estruturados é importante", reforçou Daniel Falbi.

Quais desafios para gerenciar a complexidade da cloud?

"Ter um desenvolvimento seguro, operável, escalável, resiliente e princípios da confiabilidade dos modelos é imprescindível.  Na prática não se pode comparar o custo da indisponibilidade com o desenvolvimento seguro e operável . Essa proximidade entre dados e o desenvolvimento é saudável", ressaltou Falbi, "O modelo usado nas startups, onde tudo acontece concomitantemente, por vezes não é possível de ser reproduzido em empresas maiores, mas acredito num modelo saudável para o negócio, confiável e seguro com dados mais próximos", disse.

Fernando Sá observou que o acompanhamento do desenvolvimento com diretrizes estabelecidas garante que a observabilidade e a rapidez de correção permitem que os times voltados para adaptar as ferramentas para atuar rapidamente nos momentos de falhas  sejam possíveis. "Acho que a dificuldade surge quando não é possível atuar desde o início na arquitetura por isso levar conhecimento vindo da observação dinâmica pode contribuir muito nas companhias".

Para  Zangrande conciliar a melhor metodologia ágil com a segurança dos ambientes são congruentes ao desenvolvimento de ambientes saudáveis em nuvem  a fim de atender as demandas dos clientes que já estão  uma jornada mais imediata de atendimento com todos os aspectos tecnológicos e de segurança.

Pedro Saenger ratificou que o investimento na arquitetura e saber o que  se está buscando antes da execução são premissas valiosas. "Investir mais no planejamento, com arquitetura correta, com várias alternativas é por onde se deve ir. Hoje a arquitetura tem custos  sim mas uma arquitetura que não atende as necessidades impacta muito nos negócios seja na imagem, na reputação ou na perda financeira", disse.

Os ativos na nuvem: visibilidade e gestão

Wagner  Malarba contou que em muitas empresas ao migrarem para nuvem levam "tudo como era no on premise", mas que para estes casos vale a máxima: o que estava errado antes continuará errado na nuvem! "Por isso, o foco deve estar nos negócios para que haja um controle do que está ocorrendo na nuvem.

Ter gerenciamento sempre faz a diferença com precificação para tudo seja no benefício seja na despesa – o que mudou? somente o  espaço onde se gerencia", disse.

Pedro Saenger concorda que a  previsibilidade de custos e a definição das arquiteturas definidas pelo volume de dados assim como desafios para integração e segurança são os tópicos que mais irão impactar os negócios nos próximos anos.

Zangrande alertou que o custo é o fator mais relevante na gestão de dados. "Entretanto já é sabido que custos existem e existirão, mas o olhar para este custo de forma a filtrar os impactos imediatos e futuros em  cenários adversos é também importante nesta discussão. Por isso, está havendo um alinhamento entre os negócios e as expectativas no CFO  envolvendo a tecnologia", reforçou.

"Ao definir os logs na arquitetura  na largada leva a uma gestão de ativos é muito importante. O processo dos clientes para dimensionar a cloud, sua jornada e o processo de gestão irão mostrar como ele pode fazer, o que está na nuvem e como otimizar sem prejudicar a operação. Na cloud há cardápios de serviços buscando otimização de custos e esta é a  busca incessante dos clientes", disse Fernado Sá.

Para Daniel Falbi a gestão é desafiadora em função dos diferentes ambientes híbridos além da  padronização dos templates. "Mas a curto e médio prazo, outros atores se envolvem na gestão  seja na escolha de templates definindo-os para larga escala, seja  no controle de ativos permitindo sua escala – sem travas com seja na cultura FinOps ou no operacional.  Nisso o que ajuda é  intangível como a criatividade".

A observabilidade na decisão de negócios

"A observabilidade é importante para a fluidez tecnológica e para  evolução da estrutura e base analítica  a fim de antecipar eventos.  O  self healing, tomar ações antecipadas para trazer benefícios aos negócios são insights valiosos", pontuou Daniel Falbi.

Fernando Sá alertou que a observabilidade é essencial por trazer confiabilidade e permitir que o negócio seja contingenciado e resiliente.

"Este é um tema sensível no final das contas. A nuvem não resolve o problema dos negócios por si só. Em aplicações bem conectadas ter visibilidade dos negócios é fundamental para decisões.", reforçou Zangrande.

Para Saenger, a observabilidade dá resiliência e foco necessário para  possibilitar a  conexão com os negócios, bem como dos times  envolvidos como marketing e segurança e ampliar os conhecimentos  dos envolvidos.

"Só fui entender a importância da experiência da observabilidade enquanto cliente. A simplicidade do app emerge entregando soluções simples. A observação e segurança só se entende quando se está dentro do negócio  e a partir disso, entende-se que soluções simples, observação estruturadas, equipes bem montadas são o principal", afirmou Wagner Malerba.

"Neste novo mercado há uma ótica diferente que vem junto com  a simplicidade de quem consome, por isso a  transformação constante na visão estratégica dos negócios, do mercado e dos times de desenvolvimento, bem como surgimento de novas empresas  estão todos interconectados com  eficiência e agilidade ", concluiu.

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