Com redução de 37% no último trimestre, vendas de PCs têm a maior queda dos últimos dez anos

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O terceiro trimestre deste ano, período em que normalmente o mercado de PCs é bastante aquecido, foi extremamente negativo. É o que conclui o estudo "IDC Brazil PCs Tracker Q3", da IDC Brasil. Entre os meses de julho e setembro, apenas 1,6 milhão de computadores foram comercializados, 37% a menos que no mesmo período de 2014. Esse é o pior desempenho trimestral em volume de vendas da última década. Do total de equipamentos vendidos, 993 mil foram notebooks e 607 mil desktops.

"O resultado de vendas está de acordo com as nossas projeções e reflete a situação econômica e política do país. E podemos até comemorar que a receita caiu apenas 7% frente ao mesmo período de 2014. Mesmo vendendo menos, o tíquete médio ficou em R$ 2.341, o que representa um acréscimo de 49% de um ano para cá", afirma Pedro Hagge, analista de pesquisas da IDC Brasil.

Segundo ele, o mercado de PCs vem registrando quedas seguidas desde 2012. "Até aquele ano, o PC era praticamente o único equipamento que permitia acesso à internet. Hoje temos outros dispositivos e a vida útil das máquinas praticamente dobrou. Há muitos computadores com melhores processadores, armazenamento em nuvem, enfim, são várias as melhorias implementadas nas especificações técnicas dessa categoria. Isso faz com que a troca seja postergada", completa Hagge. Sobre a Black Friday, o analista diz que vários fabricantes ficaram receosos de participar. "A adesão não foi tão grande quanto nos últimos anos. Alguns deles sequer promoveram ações junto aos varejistas. As vendas foram positivas, porém, não ajudaram a recuperar o desempenho."

Até o fim do ano, a IDC Brasil projeta queda de 37% nas vendas (com 6,5 milhões de PCs vendidos), alta de 39% no ticket médio e queda de aproximadamente 12% na receita. Em relação a 2016, o mercado será diretamente impactado por conta do fim da Lei do Bem. Segundo o analista da IDC Brasil, "na comparação com os outros dispositivos, certamente o PC será o mais afetado pelo fim da medida provisória".

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