Maioria das fraudes corporativas tem origem dentro das próprias empresas

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A Kroll encomendou para a The Economist Intelligence Unit uma pesquisa mundial sobre fraude e seus efeitos nos negócios. Os resultados mostram que a maior ameaça às empresas vem dos colaboradores das próprias empresas.  No entanto, segundo Snežana Gebauer, diretora do escritório da Kroll Brasil, em São Paulo, as empresas preocupam-se mais com ameaças externas do que as vulnerabilidades internas.

Das empresas onde a fraude ocorreu e o autor foi identificado, quatro em cada cinco (81%) envolvia pelo menos uma pessoa de dentro da empresa, acima dos 72% registrados no levantamento anterior. Mais de uma a cada três vítimas (36%) experimentaram algum tipo de fraude pelas mãos de alguém de sua própria gerência de nível sênior ou pleno; 45% pelas mãos de um funcionário de nível júnior; e para 23% das empresas, a fraude foi resultante da conduta de algum representante ou intermediário.

Da mesma forma, entre as empresas que tiveram alguma experiência com perda de dados, roubo ou ataque ao longo dos últimos 12 meses, a causa mais comum foram atos ilícitos praticados por funcionários em 45% dos casos e por fornecedores em 29% dos incidentes. Em comparação, apenas uma pequena minoria esteve envolvida em ataques cometidos por um hacker contra a própria empresa (2%) ou fornecedor (7%).

Um em cada três (33%) executivos que responderam à pesquisa (perfil dos entrevistados abaixo) cita a alta rotatividade da equipe como a principal razão para o aumento da exposição à fraude. Isto é mais do que o dobro daqueles que nomearam o segundo maior motivo para a vulnerabilidade à fraude o aumento da terceirização (16%).

De modo geral, 69% das empresas sofreram uma perda financeira como resultado de fraude, acima dos 64% do levantamento anterior. O roubo de ativos físicos foi o tipo de fraude mais comum (22%), seguido por fraudes ligadas a fornecedores ou ao departamento de compras (17%) e roubo de informações (15%).

Porcentual das empresas afetadas por diferentes tipos de fraudefraude

 

 

 

 

 

 

Aumento da vulnerabilidade à fraude

Quatro a cada cinco pesquisados (80%) acreditam que suas empresas tornaram-se mais vulneráveis às fraudes em 2014. Os executivos manifestaram uma preocupação particular em torno de áreas específicas, como os riscos cibernéticos, com mais da metade deles (51%) acreditando que são alta ou ligeiramente vulneráveis a roubo de informações. Este aumento do nível de conscientização levou a um crescimento do número de empresas que, proativamente, estão buscando atender aos requisitos necessários para a segurança de suas informações, com dois terços (67%) relatando que fazem regularmente uma avaliação dos dados e da infraestrutura de TI. A maioria dos entrevistados relata que tem um plano de resposta atualizado para os incidentes de segurança (60%) e realizou testes nos últimos seis meses (59%).

Globalização aumenta o risco de fraude

Em um mercado global, onde muitas empresas internacionais têm milhares de outras empresas em sua cadeia de abastecimento, os riscos se tornam mais difíceis de identificar e de manter sob controle. Os executivos dizem que suas empresas estão particularmente sob risco de ameaças, como as fraudes ligadas a fornecedores ou à área de compras, e metade dos entrevistados (49%) se sente alta ou ligeiramente vulnerável a este tipo de incidente.

Cerca de 40% dos entrevistados se consideraram alta ou ligeiramente vulneráveis à corrupção e ao suborno, sendo estes outros tipos de fraude com propensão a crescer, conforme as empresas vão se expandindo geograficamente para novos territórios.

De fato, no ano passado, 72% das empresas foram dissuadidas a operar em um país ou região em particular por causa da maior exposição que isso traria à fraude. A América Latina (citada por 27% de todos os entrevistados) foi a região que teve a maior parte das empresas desistentes, mas outra região perene de preocupação, a África, não ficou muito atrás (22%).

Os resultados mostram que os esforços antifraude podem ter um impacto sobre a ameaça que vem de dentro. Das empresas atingidas por fraude, nos casos em que o autor era conhecido, apenas 20% daqueles com controle de gestão em vigor sofreram nas mãos de um gerente sênior ou pleno, em comparação com 31% das empresas sem esse tipo de controle.

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