Bancos devem racionalizar recursos de TI para manter competitividade

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O uso mais racional dos recursos de tecnologia será o principal diferencial competitivo dos bancos no atual cenário econômico, marcado pela necessidade de redução de custos. Nesse contexto, a melhor relação entre alocação de investimentos em TI e a criação de produtos e serviços de maior valor agregado deverá ser o foco das instituições financeiras nesse "novo mundo".
"Os bancos terão de se aprimorar tecnologicamente. Não existe outra alternativa, principalmente por causa da consolidação do mercado e a maior concorrência, o que exigirá mais eficiência das instituições financeiras", diz João Abud Júnior, presidente da Diebold no Brasil, ao frisar que a tecnologia será essencial também para os bancos reduzirem custos.
Na opinião de José Luiz Rossi, presidente da CPM Braxis, o novo cenário do mercado será marcado por uma maior segmentação dos serviços financeiros, com o acesso cada vez maior da população de baixa renda aos serviços financeiros e a necessidade de atingir localidades remotas. "Quem utilizar e investir melhor em TI sairá na frente", afirmou Rossi.
O diferencial competitivo dos bancos será como fazer uso da tecnologia para entender e atender com mais eficiência os clientes, e criar serviços e produtos específicos que atendam às suas necessidades. Para isso, Juarez Zortea, vice-presidente comercial da HP, diz que as instituições financeiras terão de distribuir melhor o custo da tecnologia, buscando a criação de flexibilidade e serviços de maior valor agregado. "Os bancos precisam usar a tecnologia para ganhar mercado e se preparar para o novo cenário, que será marcado pela recuperação da economia e pela maior demanda. Nesse momento, eles precisarão de uma nova abordagem comercial", comentou Zortea.
Sobre o emprego de cloud computing, os especialistas apontaram que os bancos já começam a olhar a tecnologia com interesse, porém, a questão da segurança ainda é um desafio a ser superado. "Há um conservadorismo muito forte. Mas acredito que a demanda ainda será alta por essas soluções", observou Rogério Oliveira, presidente da IBM para a América Latina.
O executivo também pontuou que os bancos deveriam utilizar as ferramentas de business intelligence de forma mais integrada, analisando os clientes de forma precisa e, a partir disso, criar um portifólio completo que seja específico para determinado cliente. Segundo Oliveira, oferecer todos os produtos para todos os clientes gera gastos desnecessários e ter esse processo mais alinhado com as necessidades dos clientes é uma forma de reduzir custos.
Em relação à bancarização, os fornecedores de TI observam que as tecnologias para permitir o acesso da população de baixa renda aos serviços bancários formais já estão totalmente disponíveis, mas ressaltaram que faltam modelos de negócios que sejam rentáveis para os bancos, já que o processo de conquista de clientes geralmente é custoso e demorado.
A principal ferramenta apontada por eles para a bancarização são os telefones celulares, que já chegam a 157 milhões no Brasil, devido à grande penetração tanto populacional quanto demográfica. Para que isso ocorra é precisso que haja consenso entre as operadoras, fabricantes, bancos e os clientes. "Devido a essas dificuldades, não vejo o celular como meio de bancarização, pelo menos, neste momento. Eles serão utilizados para muitos serviços financeiros, mas não tendem a ser o principal meio para a bancarização", avaliou Guilherme Archer Castilho, presidente da Itautec.
Outra alternativa citada por especialistas como uma boa oportunidade de se realizar a bancarização é a utilização da infraestrutura já existente de correspondentes bancários espalhadas pelo país, as quais já são utilizadas em massa por pessoas de lugares distantes e das periferias do país como uma opção para serviços financeiros.

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