Muita coisa mudou no mundo durante os últimos quatro anos, mas algumas permanecem iguais. O futebol ainda é o esporte mais popular do mundo e sua audiência cresce a cada dia. A final da Copa do Mundo de 2010 foi transmitida por 245 canais de televisão, em 204 países diferentes e foi vista por mais de um bilhão e meio de pessoas. Mas uma coisa certamente vai mudar durante o próximo mundial, fazendo com que possamos ver a Copa com muito mais detalhes: a tecnologia.
Há quatro anos as redes sociais já existiam, assim como os tablets e smartphones. Porém, hoje em dia a base de usuários do Facebook é muito maior e as pessoas não pensam duas vezes antes de compartilhar vídeos e fotos em alta resolução, gráficos e dados em tempo real. Esse aumento da conectividade mudou a cara do esporte desde o último mundial. Temos visto a adoção do GPS, ferramentas de visualização de dados e "game casts", que fornecem estatísticas e análises de jogos incrivelmente detalhadas.
O acesso a essas experiências é permitido por meio das conexões com fontes de dados disponibilizados via aplicativos móveis e alimentado por interfaces de programação de aplicativos (Application Programming Interfaces – APIs). O beisebol foi possivelmente o primeiro esporte a divulgar dados de jogos em tempo real via APIs em grande escala. A Major League Baseball (MLB) oferece detalhes minuciosos sobre jogos e jogadores por meio de seu aplicativo móvel MLB.
A ESPN e outros canais de televisão também mantêm aplicativos que oferecem informações e estatísticas de jogadores e equipes de beisebol. Assim os fãs podem assistir ao jogo na TV ou nas arquibancadas, e ao mesmo tempo discutir com seus amigos do Twitter sobre a qualidade do jogador, jogadas e substituições, utilizando dados que recebem pelos aplicativos.
Em outubro de 2013, a National Basketball Association (NBA) aumentou a aposta de tecnologia com a introdução da rede SportVU em toda a liga. A plataforma traz seis câmeras em cada quadra, que se conectam por meio de software e monitoraram os dez jogadores e a bola. A STATS é a companhia por trás do SportVU, que entrega os dados que as câmeras coletam aos celulares dos espectadores por meio das direções das APIs e interfaces. Assim, os fãs podem ter informações diversas, como quais jogadores são melhores em determinadas configurações da quadra, quantos rebotes foram feitos e quantos foram perdidos, e os dribles feitos depois que o jogador pegou a bola.
Essa tecnologia também foi utilizada na Copa América de Vela 2013, que até então era conhecida por ser um evento restrito. Ano passado, a corrida foi aberta a todos, e os desenvolvedores de Android e IOS aproveitaram a disponibilidade de acesso aos dados para criar aplicativos que permitiram aos espectadores marcar a posição dos barcos em tempo real, assim como controlar marcas e penalidades. As APIs também alimentaram os dados que complementaram as transmissões gerais da competição, como a velocidade do vento, as linhas de frente e de trás e outros elementos gráficos sobre as imagens da corrida.
Se a tecnologia das APIs já encontrou o seu lugar em esportes como beisebol, basquete e vela, não há dúvida de que vai influenciar a forma como veremos a próxima Copa do Mundo de futebol. Este ano, a FIFA terá à sua disposição a capacidade tecnológica para fornecer mais dados do que nunca sobre equipes, jogadores, assistências, desarmes, notícias de última hora e todos os aspectos do evento.
Os fãs poderão acompanhar as estatísticas de uma maneira que não poderiam ter imaginado há quatro anos, e a perspectiva de poder mergulhar muito mais fundo no esporte é emocionante. Muitos torcedores acompanharão os resultados da Copa pelos dispositivos móveis, e a transmissão de dados via API significa que eles não perderão um único chute.
A Copa do Mundo é um grande evento, não importa quanta tecnologia seja empregada nela. É um show que conecta pessoas no mundo inteiro. Mas esse ano o torneio pode ser bem maior, por causa da tecnologia. Imagine a proximidade que as pessoas podem sentir e como isso pode nos unir em torno de um interesse comum. E imagine o conhecimento futebolístico que você pode acumular! Então, em quantas telas você estará conectado durante a Copa do Mundo?
Mark O'Neill, vice-presidente de Inovação da Axway