A adoção do trabalho remoto trouxe benefícios e desafios aos gestores e aos colaboradores. Ele possibilitou a contratação de pessoas que não residem nas cidades onde estão sediadas as empresas. Ao mesmo tempo, o gerenciamento de uma equipe, que passou a atuar de forma 100% remota, gerou desafios como o distanciamento entre os gestores e suas equipes e a diminuição da interação entre os colaboradores, que também precisam se adaptar e aprender a gerenciar o tempo dedicado ao trabalho, descanso e lazer.
A Sofist, consultoria especializada em qualidade de software, sediada em Campinas, no interior do estado de São Paulo, implantou programas de mentoria e fortaleceu a integração dos novos talentos, batizado de Onboarding Gamificado. Os programas são complementados por uma gestão de pessoas particularizada e visam promover o desenvolvimento dos colaboradores e a integração da equipe entre si e com os gestores da empresa, o que se tornou mais necessário em um cenário com novos colaboradores, já contratados após a adoção do home office.
O programa de mentoria, iniciado em abril de 2020, possibilita que profissionais de diferentes áreas e formações atuem como mentores e auxiliem colegas a desenvolverem habilidades interpessoais como a comunicação com colaboradores e clientes no trabalho remoto, negociação, liderança, habilidade de falar em público, organização e gestão do tempo, as chamadas soft skills, que ganharam importância com a adoção do home office. Além de habilidades técnicas, que possibilitam evoluir dentro da área ou até a migração para outra área na empresa.
As sessões de mentoria são feitas no horário do expediente e a participação dos colaboradores é voluntária. Segundo Geovana Pavanelli, head de pessoas da Sofist, atualmente 18 colaboradores atuam como mentores e o programa pode durar de dois meses a um ano. Ela mesma mentora um colega que trabalha para melhorar suas habilidades de comunicação com os clientes.
"Os benefícios gerados ultrapassam o desenvolvimento dos mentorados e incluem a satisfação dos mentores em ajudar um colega a se desenvolver, além de promover um ambiente de maior integração entre profissionais de diferentes áreas, que têm a oportunidade de trocar experiências e possivelmente teriam pouca interação no dia a dia", completa Geovana.
A Sofist também fortaleceu o programa de integração dos novos colaboradores. Desde junho de 2020 o Onboarding Gamificado passou a incluir um buddy, colega que ajuda no processo de integração aos projetos em andamento e nas práticas cotidianas da empresa, além de incentivar o novo talento a participar das atividades de integração como happy hour e jogos entre os colaboradores. Essa integração permite aos contratados no período em que a empresa adotou o home office conhecer seus colegas.
O Onboarding Gamificado ainda passou a incluir reuniões com a área de pessoas para a apresentação do plano de carreira, avaliação do nível do idioma inglês, reuniões com o líder da área, com a equipe de negócios e com Bruno Abreu, CEO da Sofist, aumentando a transparência na comunicação da empresa com o novo colaborador.
A Sofist também investiu na visibilidade e transparência dos negócios da empresa, por meio de reuniões de Status quinzenal com o CEO. No início da pandemia eram apresentadas informações sobre as ações para superar as dificuldades geradas pela mudança para o trabalho remoto e as incertezas da economia nacional e, atualmente, são apresentadas informações sobre novos negócios, projetos e saúde financeira da empresa. "Esse diálogo ajuda a ser uma empresa transparente, o que é primordial para o sucesso do trabalho remoto", avalia Geovana.
Desde o início da adoção do trabalho remoto, em março de 2020, o eNPS (Employee Net Promoter Score) da Sofist, métrica usada para medir o nível de satisfação dos funcionários e se eles estão engajados para recomendar a empresa a pessoas de seu círculo pessoal, social e profissional, que é medido mensalmente, está na zona de excelência.