Como uma boa estratégia de IA generativa alavanca os negócios

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Antes do ChatGPT surgir, pouco ouvia-se falar sobre a inteligência artificial generativa. Assim como ocorre com qualquer outra novidade tecnológica, algumas empresas, principalmente as gigantes da tecnologia, estão correndo contra o tempo para integrar a IA generativa em seus produtos o mais rápido possível, mas é sempre bom lembrar que a busca incessante por estar à frente dos lançamentos de novas soluções quase sempre ofusca dois pilares importantíssimos da implementação: o uso responsável e cauteloso da tecnologia no roadmap de negócios.

Um recente levantamento da The Harris Poll aponta que 39% das organizações já estabeleceram políticas ou estratégias relacionadas à IA generativa, 42% estão em processo de desenvolvimento, 17% planejam fazer, mas ainda não começaram, e apenas 1% não têm planos de desenvolver estratégias para IA generativa. A pesquisa revela, ainda, que 72% dos executivos planejam adotar tecnologias de IA generativa nos próximos três anos para melhorar a produtividade dos funcionários, e 66% planejam usá-la para melhorar o atendimento ao cliente.

Mesmo diante das incertezas trazidas por essa novidade, as companhias que detém a inovação em seus DNA's precisam entender os reais benefícios, os riscos e como conseguirão embarcar nessa onda que veio para revolucionar não só os negócios, mas também o dia a dia dos colaboradores e dos clientes. É crucial ter clareza de que o novo investimento realmente agrega valor ao negócio.

Em outras palavras, estudar a fundo a IA generativa, saber como implementá-la de maneira estratégica e utilizá-la com cautela, parcimônia, responsabilidade e inteligência – para que o ser humano esteja sempre no centro da experimentação, com total controle dessa tecnologia, de modo a usá-a como um copiloto para alcançar os objetivos traçados. Ou seja, se apropriar da IA generativa como uma ferramenta que auxilia nas demandas operacionais, nas tomadas de decisões, no ganho de eficiência e eficácia do atendimento aos clientes, etc, gerenciando-a ininterruptamente, para garantir um funcionamento responsável.

É de suma importância ressaltar que simplesmente utilizar o ChatGPT público (GPT 3.5), por exemplo, é um caminho limitado, que por mais que traga resultados positivos aos negócios, envolve questões críticas como privacidade, segurança, falta de governança, entre outras. Essa constatação faz ainda mais sentido quando vimos, recentemente, os vazamentos de dados sensíveis de usuários e muitas companhias proibindo que seus funcionários usem o ChatGPT para evitar novas crises e possíveis processos judiciais.

Ao contrário dessa decisão de banir por completo a utilização, posso afirmar que a grande sacada é apostar nessa novidade, mas criando suas próprias versões – respaldadas nos moldes do ChatGPT – com a diferença de estarem personalizadas, com os próprios dados da empresa e totalmente embasadas na governança e na segurança. Somente assim gera-se inteligência de negócio, competitividade e a IA generativa passa a auxiliar, de fato, nas tomadas de decisões e nas atividades rotineiras sem oferecer risco ao negócio.

É chegado o momento das organizações se responsabilizarem pelas consequências do uso indevido das tecnologias oriundas da IA generativa. Ao decidirem adotá-la, é indispensável assegurar que o funcionamento dessa tecnologia está correto, com um alto índice de respostas realmente verdadeiras, seguras, embasadas, confiáveis e vindas das fontes corretas.

Outro item imprescindível é investir em treinamento da equipe. De nada adianta implementar IA nos sistemas, ser estratégico em sua programação/funcionamento se os colaboradores não souberem utilizá-la e aproveitá-la em sua totalidade, sabendo identificar quando algo está errado e tendo a confiança de se respaldarem nessa ferramenta que, se bem implementada, configurada e explorada, pode gerar ganhos substanciais às empresas.

Todos sabem que o ChatGPT quebrou limites ainda não conhecidos, e isso abriu caminho para mais descobertas com a IA generativa. Por mais que estejamos apenas no começo dessa exploração, iniciar essa nova jornada com responsabilidade e cautela é dever de todas as companhias que estão abraçando essa inovação. Portanto, essa consciência se inicia agora: explorar, descobrir, aproveitar, mas sempre com inteligência e seriedade.

Marcelo Mac Fadden, Diretor de Operações da Programmers.

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