O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Portugal Telecom, José Félix, informou à Agência Lusa que a Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) considera que, se a Sonaecom comprar a empresa, a fusão das operadoras de celulares não será negativa para o mercado.
Os representantes do sindicato se reuniram nesta segunda-feira (18/9) com o presidente da Anacom, José Amado da Silva, para saber a posição da entidade reguladora sobre as questões relacionadas à oferta pública de compra da Portugal Telecom pela Sonaecom feita em fevereiro, atualmente em análise pela Autoridade da Concorrência.
Um dos temores dos trabalhadores é a fusão das operadoras TMN (da Portugal Telecom) e Optimus (da Sonaecom), caso a oferta tenha sucesso. Segundo Félix, o presidente da Anacom revelou que, apesar das reservas iniciais, a entidade teve acesso a outros dados que lhe permitiram concluir que a concentração na telefonia móvel "não será perniciosa" para o mercado, desde que a Sonaecom adote medidas que permitam "diluir" a concentração do mercado.
No mês passado, a britânica Vodafone, maior operadora de celular do mundo e que está presente em Portugal, defendeu que a oferta da Sonaecom fosse vetada, principalmente devido ao risco de concentração na telefonia móvel. Juntas, a TMN e a Optimus detêm 60% do mercado.
Amado da Silva admitiu que a Anacom também está preocupada com o atraso no processo, mas explicou que a entidade e a Autoridade da Concorrência "continuam em permanente diálogo". Apesar de reconhecer que a análise da operação não poderá se prolongar por muito mais tempo, o presidente da agência explicou aos representantes do sindicato que a complexidade "não admite conclusões precipitadas" ? e que, por isso, têm sido pedidas à Portugal Telecom e à Sonaecom informações relevantes para a decisão final.
Ele também garantiu estar atento ao impacto da oferta de aquisição na situação dos trabalhadores do grupo Portugal Telecom e adiantou que, embora não caiba à Anacom tomar uma posição sobre isso, não deixará de "chamar a atenção do governo para a situação".