O software pode mudar a experiência de assistir televisão, diz Microsoft

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Com acordos comerciais fechados com várias operadoras do mundo, a dona do Windows diz que o software permitirá assistir televisão de diversas formas, tornando-a mais natural, dando o poder de escolher e o controle ao telespectador.

Para falar mais sobre exemplos internacionais e barreiras do IPTV (Internet Protocol Television), Renato Cotrim, gerente de negócios regionais da Microsoft TV, cioncedeu essa entrevista:

P- A Microsoft aposta no IPTV hoje ao lado das operadoras SBC, Comcast e Verizon e da fornecedora Alcatel. Em que pé andam os testes?

R- Temos atualmente acordos comerciais com a Bell Canada, SBC, Bell South, Verizon, Ya.com (subsidiária da Deutsch Telecom na Espanha), British Telecom, Swisscom, T-Online França, Telecom Italia e Reliance (na Índia). Os projetos estão em diferentes fases, porém os mais adiantados e que deverão lançar serviços comerciais até o final do ano são a Swisscom e SBC. Com o SBC temos um acordo de 10 anos no valor total de US$ 440 milhões. Eles planejam ter oito milhões de clientes em três anos.

P Quais as principais barreiras até agora observadas?

R- Normalmente as principais barreiras a um projeto de IPTV são a regulamentação, porém é importante que todos os componentes do "ecossistema" tais como "set top boxes", conteúdo, padrões e rede também estejam preparados para que o projeto tenha sucesso.

P Quanto e por que a Microsoft investe em IPTV?

R- A Microsoft acredita que o software pode mudar a experiência de assistir televisão de diversas formas, tornando-a mais natural, dando o poder de escolher e o controle ao telespectador, integrando o televisor que sempre foi isolado a outros equipamentos que já fazem parte da vida das pessoas, tais como o celular, Pocket PC e o computador.

P -Quando o IPTV deve se tornar realidade no Brasil e no mundo?

R – Atualmente já existem serviços precursores de IPTV no mundo, podemos citar, por exemplo, a PCCW (Hong Kong) com cerca de 500 mil clientes, e a France Telecom com mais de 200 mil assinantes. A partir do próximo ano (2006) companhias como SBC e British Telecom terão seus serviços instalados em uma base significativa de assinantes.Estamos trabalhando em algumas oportunidades no Brasil e esperamos ter clientes comercialmente disponíveis durante o próximo ano.

P -No Brasil, já estão fazendo teste com alguma operadora?

R – As principais operadoras no Brasil estão avaliando prestar serviços de IPTV comercialmente. Estamos trabalhando em algumas oportunidades no país, porém não temos no momento nenhuma informação que possamos tornar pública.

P -Quais as barreiras da infra-estrutura brasileira para a ascensão do IPTV?

R- Os serviços de IPTV requerem uma disponibilidade de banda superior à necessária para serviços de voz. As operadoras têm feito ao longo dos últimos anos investimentos significativos nas redes para poder suportar novos serviços, entre eles o de vídeo. Com certeza os serviços de IPTV serão disponibilizados de forma gradual conforme a disponibilidade de banda e "QoS" na rede de cobertura. Porém, vale ressaltar que a capilaridade da rede das operadoras será um fator chave para o sucesso deste serviço.

P -Pensando em médio e longo prazo, o que será possível fazer com IPTV? Assistir TV do celular, do PDA?

R – Sim, um dos objetivos é integrar o televisor a outros equipamentos que já fazem parte da vida das pessoas, tais como PDAs, computadores e celulares. Já estamos desenvolvendo o software com suporte a "interactive notifications" (para caller ID, por exemplo), comandar gravações por meio de uma página web (inclusive pelo celular), poder compartilhar o disco rígido do computador doméstico e também poder acessar fotos e música que estão neste computador por meio do televisor.

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