Intel quer triplicar faturamento no Brasil até 2015

0

O bom momento econômico que atravessa a América Latina, em especial o Brasil, tem despertado cada vez mais o interesse da Intel,  que quer aproveitar o ambiente favorável para triplicar o faturamento na região até 2015. Para tanto, a fabricante de chip aposta na expansão das vendas de PCs e no aumento acelerado da comercialização de servidores. "Acreditamos que o faturamento na América Latina continuará crescendo 25% ao ano nos próximos quatro anos e o Brasil tem crescido ainda acima da média da região", diz o diretor geral para América Latina da Intel, Steve Long, ao dizer que o Brasil hoje responde por mais de 40% do faturamento da Intel na região.

Um dos vetores para a expansão dos negócios da companhia é o avanço do mercado de PCs. Nos últimos quatro anos, foram comercializadps 135 milhões de computadotres pessoais na América Latina e a estimativa da Intel é que esse número dobre nos próximos cinco anos, totalizando 270 milhões de máquinas. No Brasil, a empresa projeta que as vendas de PCs crescerão 20% ao ano até 2015. Em 2010, foram vendidos 13,7 milhões de PCs no país.

De acordo com Long, cada 600 smartphones conectados requerem um servidor para sustentar a operação. O mesmo é válido para cada cem tablets. Isso posto, o executivo diz que o aumento da demanda por smartphones no Brasil e na América Latina tem gerado grandes oportunidades para a Intel. "Podemos aproveitar esse cenário para incentivar as empresas a comprarem mais servidores no país. As operadoras de telecomunicações têm feito isso, por exemplo", conta ele, ressaltando que o foco também é ampliar as vendas de servidores para pequenas e médias empresas, que muitas vezes usam desktops como servidores.

Long ressalta como pontos positivos as políticas governamentais nas áreas de produção industrial, educação e banda larga, a ascensão da classe C e o aumento da adoção de tecnologia por parte de empresas de pequeno e médio porte, o que deve conribuir para que a empresa cumpra a meta de triplicar o faturamento no país até 2015.

Demanda por PCs

A Intel avalia, porém, que, para que o mercado de PCs tenha um impulso, é preciso que o país supere a falta de acesso à banda larga. Ele diz que a empresa tem trabalhado junto às teles para formatar uma parceria com o objetivo de incentivar a inclusão digital na esteira do Plano Nacional de Banda Larga. De acordo com o presidente da Intel Brasil, Fernando Martins, até meados de dezembro o primeiro acordo com uma operadora de telefonia deve ser anunciado. Ele não deu detalhes, mas cita da parceria com a Telmex, no México, em que a própria operadora vende computadores a seus clientes. "Não acredito que o modelo do México se aplique ao Brasil, até porque aqui temos um cenário bem diferente, com um varejo forte e boas condições de financiamento de equipamentos. Mas essa é a questão – até o momento, o varejo não foi envolvido", enfatiza. "A ideia é gerar um modelo sustentável para a oferta de uma banda larga mais barata e com maior penetração e qualidade", conclui o executivo.

No que diz respeito aos esforços do governo para incentivar a criação de uma indústria local de chips,  Martins salienta que, por melhores que sejam as intenções, elas ainda não são suficientes para que a Intel cogite instalar um fábrica de semicondutoes no país. "No momento, não temos plano algum. É um investimento grande, de mais de US$ 6 bilhões, e é preciso ter escala global", diz.

*Os jornalistas viajaram a Salvador a convite da empresa.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.