PF desbarata cartel em licitações com empresas de informática

0

A Secretaria de Direito Econômico (SDE) e a Polícia Federal deflagraram nesta quinta-feira, 19, a Operação Mainframe, contra um possível cartel que estaria fraudando licitações para a contratação de serviços de informática. Quatro empresas do ramo e o sindicato da categoria tiveram documentos e computadores apreendidos. Os nomes não foram revelados.
As investigações começaram com base em denúncias de órgãos públicos, que entraram em contato com a SDE. Eles constataram a combinação entre participantes de licitações para o desenvolvimento e manutenção de softwares, de banco de dados e redes, além de suporte a usuários.
De acordo com a diretora do Departamento de Proteção e Defesa Econômica (DPDE), Ana Paula Martinez, as empresas respondem por 78% da contratação e serviços de informática do governo federal. "Esse mercado movimenta cerca de R$ 1 bilhão por ano. Ainda não é possível saber o prejuízo causado."
Se os indícios forem comprovados, será enviado ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Já a PF abriu inquérito para investigar as prováveis fraudes, formação de cartel e de quadrilha. As penas podem chegar a cinco anos de prisão e as empresas ficam proibidas de participar de licitações pelo mesmo tempo, além de pagar multa referente a 30% do faturamento bruto do ano anterior.
Supostas fraudes em licitações
A partir das denúncias, a SDE, por meio de investigação minuciosa realizada por sua unidade especializada de combate a cartéis em licitações, levantou amplo conjunto de elementos. Há claros exemplos de que algumas empresas deram "cobertura" para outras, apresentando propostas que sabidamente não podiam ser vencedoras (preços muitos altos e problemas formais nitidamente intencionais).
Em outras situações, algumas empresas investigadas obtinham ótima pontuação técnica, mas baixa em outra, indício de manipulação de seus certificados em conjunto com os concorrentes. O objetivo seria alterar artificialmente os resultados dos certames e, assim, conseguir aumentar os preços. A SDE também identificou intensa atuação do sindicato patronal para dificultar a entrada de novas prestadoras no mercado.
Foram cumpridos cinco mandados de busca, apreensão de documentos e outros elementos de prova em quatro empresas e um sindicato, todos situados em no DF. A operação contou com a participação de mais de 50 pessoas, entre delegados e agentes da Polícia Federal, técnicos da SDE e oficiais de Justiça.
Após análise das informações e documentos coletados, haverá seqüência do inquérito policial e será instaurado processo administrativo pela SDE, para a apuração de infração à ordem econômica.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.