A receita anual da Microsoft caiu pela primeira vez desde 2009, uma vez que os ganhos com a oferta de produtos em nuvem ainda não conseguiram compensar o declínio da venda de software para computadores pessoais e servidores. A gigante do software terminou o ano fiscal de 2016, encerrado em 30 junho, com receita de US$ 85,3 bilhões, queda de 8,8% na comparação com os US$ 93,5 bilhões contabilizados em igual período do exercício fiscal de 2015. No quarto trimestre fiscal, a receita totalizou US$ 20,6 bilhões, queda de 6,8% na comparação com os US$ 22,1 bilhões contabilizados em igual período do exercício anterior.
O destaque, além da reversão do prejuízo no quarto trimestre, foi o aumento do lucro líquido no ano fiscal, que totalizou US$ 16,7 bilhões contra US$ 12,1 bilhões no exercício de 2015. No trimestre, o lucro líquido foi de US$ 3,1 bilhões, ante uma perda de US$ 3,2 bilhões um ano atrás. O resultado do quarto trimestre de 2015 incluiu um desembolso de US$ 8,4 bilhões em encargos em razão da baixa contábil de quase todo o valor da unidade de telefonia móvel, criada com a compra da Nokia em 2014.
As vendas do sistema operacional Windows, o carro-chefe da empresa, continuam a registar crescimento. No entanto, no período de 12 meses, a receita com produtos de computação pessoal, que inclui o Windows, caiu 6,3%, para US$ 40,46 bilhões. A única exceção foi a linha de tablets Surface, cujas vendas aumentaram 9% em moeda constante.
O segmento de aplicativos de produtividade e processos de negócios, o pacote de escritório Office, bem como seu produto de negócios Dynamics, registrou um aumento de 4,6% nas vendas no trimestre, para US$ 6,97 bilhões. O impacto do câmbio desfavorável para esse segmento foi de cerca de 3%.
A Microsoft está apostando seu futuro nas vendas de software na nuvem e, nesse segmento, a empresa contabilizou ganhos. O negócio de nuvem inteligente da empresa, que inclui a sua plataforma de nuvem Azure, teve aumento de 6,6%, para US$ 6,71 bilhões. A receita nesse segmento poderia ter sido maior se não fosse o impacto da desvalorização cambial em cerca de 3%.
Ainda assim, as ações da empresa subiram 4,26%, para US$ 55,35, no after-hours trading, negociação após o fechamento da Nasdaq, devido principalmente ao fato de o ganho por ação ter superado as expectativas dos analistas, ficando em US$ 2,10, e as receitas com as ofertas de nuvem da empresa terem registrado crescimento no trimestre e no ano.