Uma pesquisa realizada pela Unentel com colaboradores de grandes empresas brasileiras e multinacionais mostra que o home office agradou 81,3% dos entrevistados. De acordo com os resultados, 67% adotou o trabalho remoto em período integral desde os primeiros meses de pandemia, enquanto 26% incorporou parcialmente a nova dinâmica. Contudo, apesar da ótima recepção, a maioria atesta que deseja voltar ao escritório e recusa a possibilidade de trabalhar à distância em tempo integral após o fim do isolamento social.
Segundo o estudo, 60,8% dos funcionários desejam incorporar o home office parcialmente após a pandemia – equilibrando parte da agenda de trabalho no escritório e a outra parte em casa. Existe também a parcela que deseja voltar ao ambiente de trabalho corporativo em regime integral assim que permitido (17,7%). Ou seja, para 78,5% ainda não é o fim dos ambientes formais de trabalho. Mesmo assim, 21,5% afirma que a experiência durante os últimos meses foi tão positiva que escolheriam se manter integralmente à distância.
Os resultados esclarecem algumas dúvidas sobre a recepção do home office no mercado corporativo: para 63,8% trabalhar em casa não atrapalha o convívio familiar, tampouco influencia negativamente no desempenho profissional – inclusive, 52,7% se sentiram mais produtivos e 38% não perceberam nenhuma diferença. Outra questão também abordada foi a conexão com os valores da empresa. De acordo com a pesquisa, 85,3% afirmou que continuam muito comprometidos com a cultura e os valores das respectivas companhias.
Assim, observa-se que o retorno ao escritório (em regime parcial) não é motivado por uma experiência negativa com o home office. O trabalho remoto se mostrou efetivo, mas possivelmente a praticidade de falar pessoalmente e também a convivência social com os colegas são fatores positivos que podem ter influenciado o desejo pelo regime de trabalho híbrido. A consolidação de dados realizada pela Unentel ainda aponta como a tecnologia colaborou para o sucesso da carga horária à distância: 75,2% responderam que utilizaram ferramentas de trabalho específicas como soluções de videoconferência, headsets e softwares de virtualização.
No entanto, ainda existem algumas lacunas que precisam ser mais bem administradas. Por exemplo, 23,2% dos colaboradores entrevistados afirmaram que sentiram falta de soluções e ferramentas específicas para o trabalho em casa. Com isso, é possível pensar que os equipamentos disponibilizados pelas empresas – como smartphones (61%) e notebooks (84%) – não sejam suficientes. Sobretudo para a adoção de um regime híbrido efetivo, a oferta de headsets com cancelamento de ruído, webcams, barras de vídeo, softwares de virtualização e gestão, serão necessidades reais para o sucesso do novo normal do mercado corporativo. Ainda assim, os dados colhidos pela Unentel indicam que o home office é uma prática funcional e realizável para o futuro.
A pesquisa foi realizada entre 20 de julho a 10 de agosto e entrevistou 130 pessoas online, em todas as regiões do Brasil.