O Ministério da Saúde deve lançar em setembro próximo o cartão SUS Mobile, que vai disponibilizar através de apps uma série de serviços aos cidadãos. A informação é de Giliate Cardoso Coelho Neto, diretor de tecnologia do Datasus, que participou nessa quinta-feira, 20, em São Paulo, de debate no congresso internacional MedInfo 2015. Segundo ele, a partir do primeiro semestre de 2016 os usuários poderão fazer marcação de consultas na atenção básica, controlar o cartão digital de vacinação e utilizar o SUS Advisor, que permitirá a localização e avaliação dos serviços de saúde pública via celular. Os apps poderão ser baixados nas lojas virtuais Google Play ou AppStore.
O diretor de TI do Datasses disse que o Ministério vai abrir as APIs para incentivar a iniciativa privada e universidades a criarem aplicativos móveis, montarem equipes multidisciplinares para o desenvolvimento dos apps, tanto na área de TI quanto de saúde, e fomentar parcerias com sociedades de especialidades e conselhos profissionais.
Segundo Coelho Neto, a ideia é envolver os estudantes na iniciativa, pois "geralmente estão desenvolvendo aplicativos de jogos nas universidades". Nesse sentido, o Ministério vai promover concursos e premiações para as melhores apps de saúde.
O diretor de TI disse que a meta é passar de 5 mil para 15 mil o número de unidades básicas de saúde conectadas por banda larga. "A partir de outubro, o gerente de uma unidade de Saúde poderá ligar para o telefone 136 para fazer o pedido de instalação da conexão de banda larga, que será instalada no prazo máximo de um mês", disse.
Para o desenvolvimento das aplicações, o SUS integrou todas suas bases de dados do Registro Eletrônico Nacional de Saúde e criou um barramento SOA (Service Oriented Architecture) pelo qual todas as trocas de informações poderão ser realizadas. O repositório nacional de informações clínicas e administrativas dos usuários e serviços de saúde foi atualizado e um "cleaning" foi feito com o uso do banco de dados da Oracle, com a finalidade de eliminar duplicidades e correlacionar cadastros de uma pessoa, que figura na base de dados com diferentes informações, que poderá ser acessada até por smartphones.
Através do barramento SOA, 16 sistemas já foram integrados no cartão SUS, que possibilita a integração de diferentes softwares de regulação assistencial. O e-SUS, oferecido gratuitamente pelo Ministério para toda a rede, é interface única para a troca de informações entre as unidades de saúde.
Para garantir a padronização das informações, o Ministério de Saúde assinou um acordo com a Organização de Desenvolvimento da Saúde Terminologia Internacional de Normalização (IHTSDO) para adoção do SNOMED CT, uma solução de terminologia clínica de saúde mais abrangente e precisa do mundo, desenvolvida de forma colaborativa, para garantir que atenda às diversas necessidades e expectativas da profissão médica em todo o mundo e agora é aceito como uma língua global comum para termos de saúde.
Com ela os pacientes e profissionais de saúde pode ser beneficiar de melhores registros de saúde, decisões clínicas e análise, com maior qualidade, consistência e segurança na prestação de cuidados de saúde ao paciente.
O contrato está em fase final de revisão pela área jurídica, para que se possa fazer o pagamento da adesão, e aí possa ser usada pela comunidade médica. Mas o Ministério já trabalhando junto a Universidade de Brasília e acaba de firmar um acordo com o Hospital Sírio Libanês, para criação de arquétipos que servirão como referência para criação de uma política pública de terminologia para todos se integrarem, de acordo com uma política de regulação.
O diretor do Datasus garante que as informações da base de dados com uma camada autenticação adicional e o acesso via mobile é feita por identificação única do dispositivo (DNA). Em relação às informações dos usuários, é garantido anonimato quando for o caso, proteção de diagnósticos clínicos sensíveis, como por exemplo, de portadores de Aids, e de pessoas publicamente expostas.