Interessados na história da Internet no Brasil agora tem uma importante referência de como o País deixou o posto de "Rei do Spam" e serviu de exemplo internacional de articulação entre os setores para a solução de um problema de abuso da infraestrutura de Internet.
Disponível para download no sítio do CGI.br, o livro Combate ao spam na Internet no Brasil: histórico e reflexões sobre o combate ao spam e a gerência da porta 25 coordenados pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil apresenta o trabalho que resultou na efetiva retirada do Brasil do topo das listas de países que mais enviam spam no mundo.
A publicação faz parte da série Cadernos CGI.br e foi organizada por Henrique Faulhaber, conselheiro do Comitê Gestor, e por Cristine Hoepers e Klaus Steding-Jessen, ambos do Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil (CERT.br) do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br). A primeira parte do livro traz um breve histórico das ações que levaram à implementação do programa de gerência da porta 25: como o problema foi identificado, as principais abordagens para a solução e o processo de bloqueio da porta 25.
A segunda parte reúne testemunhos dos principais atores envolvidos no trabalho que, além dos organizadores do livro, incluem: Demi Getschko, Carlos A. Afonso, Marcelo Bechara, Eduardo Parajo, Rubens Kühl, Eduardo Levy, Danilo Doneda, Jaime Wagner e Marcelo Fernandes. Os depoimentos foram coletados a partir de entrevistas realizadas por Marília de Aguiar Monteiro e Carlos Affonso Pereira de Souza, ambos do Instituto de Tecnologia de Software do Rio de Janeiro – ITS/RJ.
No prefácio do livro, Henrique Faulhaber, que coordenou a Comissão de Trabalho Antispam (CT-spam), destaca que a publicação vai além de uma tentativa de documentar as atividades desempenhadas pelo CGI.br para o combate ao spam. "O relatório vem da necessidade de explicitar muito mais a concepção de uma das principais atribuições do CGI.br: a coordenação multissetorial de atores para política de Internet nacional", escreve.
A perspectiva técnica é lembrada por Cristine Hoepers e Klaus Steding-Jessen, que integraram o CT-spam. "Chegamos num ponto em que o mundo inteiro estava reagindo, bloqueando os endereços IP do Brasil", explica Cristine sobre a dimensão do problema. "Uma das nossas principais motivações era melhorar a imagem do país lá fora e também tratar uma questão de segurança, pois spammers do exterior estavam abusando da rede brasileira", completa Klaus.