Apesar de ter anunciado na semana passada a prorrogação do prazo para que o Google responda às acusações de que manipula resultados de buscas para favorecer seus próprios serviços, em detrimento dos consumidores, a Comissão Europeia resolveu, por outro lado, aprofundar as investigações sobre abuso de posição dominante do gigante das buscas por impor contratos de exclusividade em seus acordos de publicidade com operadores de websites e de copiar o conteúdo de sites rivais, num claro sinal de que o órgão regulador antitruste poderá ampliar o rol de acusações contra a empresa.
A Comissão Europeia enviou questionários a empresas que solicitaram informações mais detalhadas sobre as práticas de negócios do Google, de acordo com dois documentos aos quais teve acesso o The Wall Street Journal. A União Europeia já havia externado preocupação com as práticas citadas nos questionários.
Em um dos questionários o órgão regulador pergunta sobre "obrigações de exclusividade" — se o Google impede websites rivais de inserir anúncios em sites da empresa que concorram com seu negócio de publicidade — e pede às empresas para atualizar as queixas e que forneçam cópias de todos os contratos de publicidade com Google ao longo dos últimos quatro anos.
Em outro questionário separado, a Comissão Europeia diz que vai investigar as alegações de que o Google cópia conteúdo de sites rivais, e pede às empresas para fornecer mais informações sobre se o Google pega conteúdos, tais como imagens, das empresas e os usa em seus próprios serviços online.
A News Corp., que publica o The Wall Street Journal, por exemplo, apresentou uma queixa formal à Comissão Europeia em relação às práticas de concorrência do Google.
O Google tem até o dia 31 deste mês para responder às acusações.