A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou um estudo, realizado pelo o Instituto FSB pesquisa, apontando que 88% de empresas industriais de médio e grande porte que promoveram alguma inovação durante a pandemia de Covid-19 obtiveram resultado positivo.
Segundo os dados apresentados, 80% das companhias ouvidas registraram ganhos de produtividade, competitividade e lucratividade decorrentes de inovações. Outras 5% tiveram dois desses ganhos e 2%, um ganho. Apenas 1% das indústrias brasileiras inovou e não viu nenhum incremento em seus resultados. Com essa pesquisa, fica evidente a importância de investir em inovação com foco em produtividade, pensando não somente no lucro, mas na sobrevivência da companhia e também na geração de novos empregos.
Fabio Rodrigues, CEO da Novidá e um dos maiores especialistas em produtividade no país, observa que de forma mais tática, é possível ter controle com as máquinas para aumentar a produtividade, mas com a equipe humana ainda é difícil esse acompanhamento mais próximo. Por isso é essencial ferramentas inovadoras que atuem na evolução dos profissionais, que foi um pouco do olhar das indústrias ouvidas.
O executivo observa que nos últimos meses o Brasil perdeu diversas indústrias como Ford e LG. "O que temos que nos questionar é: por que muitas vezes a escolha na hora de fechar fábricas é no Brasil e não em outros países? Existem diversos fatores macroeconômicos, tributários e trabalhistas nesta conta e já amplamente discutidos, mas um dos fatores decisivos e pouco debatido, frente aos demais, é certamente a baixa produtividade operacional brasileira e latinoamericana, se comparado a outros países, e isso acaba impactando a estrutura de custos das empresas de uma forma visceral. Então, o que temos que nos perguntar é como as empresas podem ser mais competitivas para além dos custos, já dados, de impostos e de financiamento? E como se tornar mais eficiente em termos operacionais?", questiona Fábio.
A resposta, segundo o executivo, está em levar inovação para melhorar processos e conseguir assim entrar em uma briga competitiva com outros países. "Hoje existe um desequilíbrio muito forte entre as máquinas e o trabalho manual e por isso é tão importante que a indústria inove", aponta Fábio.
O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, destacou que o caminho para o país voltar a crescer e recuperar a sua economia passa essencialmente por investimentos em inovação. "Diante do surgimento de pandemias assustadoras, como a da Covid-19, e da persistência de crônicos obstáculos ao crescimento econômico e à melhora das condições de vida da população, estimular o espírito inovador é primordial para avançarmos", afirma.