O ser humano contemporâneo tem uma série de ferramentas digitais a seu dispor que são amplamente utilizadas no mundo. Dentre as principais funcionalidades existentes, é possível destacar a comunicação instantânea com pessoas do outro lado do planeta, a seleção rápida de conteúdos para assistir em streaming, ou até mesmo a realização de compras on-line com poucos cliques. Os marketplaces (espaços virtuais para comércio), vale dizer, já são a forma preferida dos jovens para a compra de produtos, como mostra um levantamento encomendado pela Americanas. O estudo promovido neste ano evidencia que 83% dos entrevistados preferem os e-commerces na hora de comprar — aplicativos (75%), sites próprios das marcas (57%) e redes sociais (26%) foram outros meios citados pelos jovens consumidores.
O levantamento encomendado pela empresa de varejo brasileira utilizou como definição de "jovem" as pessoas na faixa entre 16 e 30 anos. O público em questão recorre primordialmente ao gigante de pesquisas Google na hora de buscar uma mercadoria e preço ideal (60%); 53% dos jovens também disseram utilizar os próprios sites das marcas na hora da consulta. Dentre os principais fatores que levam esse público a decidir pela compra de um produto, 35% dos respondentes alegaram preço, 31% mencionaram a qualidade da mercadoria, enquanto outros 31% destacaram a importância de promoções e descontos.
Apesar de o levantamento ter sido elaborado para um público entre 16 e 30 anos, ele faz uma diferenciação no consumo entre os "Millennials" e a "Geração Z". O primeiro grupo se refere à definição de pessoas nascidas por volta de 1980 até a primeira metade da década de 1990, ao passo que o segundo cunha os nascidos por volta da segunda metade da década de 1990 e o início de 2010. Os celulares são produtos preferidos para 54% das respostas da Geração Z no ambiente on-line, enquanto 57% dos Millennials disseram dar maior prioridade a itens de vestuário. Quando o assunto é relacionamento com a marca, 47% dos consumidores da Geração Z destacaram "marcas que mostram responsabilidade socioambiental", enquanto que 48% dos Millennials relataram não terem esse hábito.
A popularidade que os marketplaces ganharam ao longo dos últimos anos e o desenvolvimento dessas plataformas no oferecimento de produtos e serviços aos clientes faz com que esses e-commerces ganhem cada vez mais força. De acordo com o relatório The Global Payments Report 2022, por exemplo, o comércio eletrônico deve crescer mais de 55% até 2025. O estudo reserva para o Brasil um aumento no mesmo período que chega a 95%, especialmente pelo fato de o crescimento estar associado ao público jovem, cada vez mais integrado e familiarizado às ferramentas digitais. A venda de mercadorias na atualidade não leva apenas em consideração a proximidade do cliente ao item, o segredo é o conhecimento sobre ele, fator que os próprios marketplaces investem. Nas palavras do célebre professor e cientista cognitivo Don Norman, "é tudo relacionado à sua experiência com o produto. E talvez você nem precise estar perto do produto, você pode estar falando sobre ele para alguém".
Andrey Makeev, co-founder e CEO do Flowwow Brasil.