Fim das esperanças para a Microsoft. A empresa de Bill Gates que, até agora, era tida como a favorita para formar aliança com a AOL, pertencente à Time Warner, foi atropelada pelo Google. De acordo com o The Wall Street Journal, o grupo de mídia aceitou a proposta da companhia, dona do mecanismo de busca mais popular da internet, de pagar US$ 1 bilhão para ficar com 5% do capital da AOL.
Apesar de considerada elevada por alguns analistas de mercado, a cifra é mais do que justificável devido às perdas que o site de busca poderia ter caso tivesse que interromper a parceria que já mantém com a AOL, especialmente em termos de publicidade on-line. Em 2004, o AOL sozinho respondeu por 10% das receitas do Google, que totalizaram US$ 3,2 bilhões. Neste ano, a contribuição da AOL para o turnover das vendas do site de busca será mais representativa. Nos primeiros nove meses do ano, a AOL respondeu por cerca de 12% das vendas de publicidade eletrônica do Google, totalizando US$ 500 milhões ? a previsão do Google é fechar 2005 com receitas totais de US$ 4,2 bilhões. Isso, segundo alguns analistas, relativiza o valor do investimento.
De acordo com o jornal americano, o interesse de Google na AOL não está apenas no que ela representa atualmente em termos de receita, mas no seu potencial de crescimento, já que a compra da participação na empresa na esconde também a intenção do Google em se tornar um portal multimídia e de serviços públicos. Nesse aspecto, a aquisição de parte do capital da AOL dará acesso aos usuários de serviços de compra na internet e de mensagens instantâneas (estimados em 43 milhões de pessoas em todo mundo) que, desde o fim de novembro, integram os serviços do portal, como e-mail, VoIP, vídeo e troca de arquivos.
O Google já vinha procurando nos últimos dois anos a expansão de seus negócios para que os usuários passassem mais tempo em seus websites. Com a aliança, o Google poderá também trocar o sufixo AOL.com por Gmail.com, o que dará outra dimensão para o seu webmail, que ainda está na versão beta.
Os reflexos da negociação puderam ser sentidos na Bolsa de Nova York, com a evolução dos títulos do Google e da Time Warner. Num primeiro momento, os papéis chegaram a ser cotados a US$ 432 na terça-feira (20/12), um aumento de 1% em relação ao seu preço na abertura do pregão. No decorrer do dia avançaram mais até 0,72 % (US$ 17,94), mas caíram 1,23% no fim do pregão.