A IBM tem pago um preço alto por não ter se movimentado rapidamente em três áreas cruciais que poderiam lhe gerar novas receitas: mobilidade, computação em nuvem e big data/analytics, segundo alguns analistas. Um indicativo disso é que desde que Ginni Rometty se tornou CEO em 2012, as ações da companhia se desvalorizaram 9,6%, ante um aumento de 67% no período do Índice Standard and Poor's 500.
Outro indício é o resultado trimestral da empresa, que voltou a apresentar queda no lucro e receita no primeiro trimestre deste ano. O lucro caiu 2,4%, de US$ 2,38 bilhões, em igual período de 2014, para US$ 2,32 bilhões neste ano. O impacto na receita foi maior ainda, a qual recuou cerca de 12% entre janeiro e março. Ou seja, recuou de US$ 22,2 bilhões, um ano antes, para US$ 19,5 bilhões.
O que chama a atenção no informe de resultados do primeiro trimestre é que todas as áreas da IBM — serviços de tecnologia, serviços corporativos, serviços financeiros e software e hardware, com destaque negativo para esta última unidade, que registrou queda de 22,6% na receita no período.
A expectativa para o ano também não é nada animadora. A companhia projeta um ganho por ação diluída neste ano de US$ 14,17 a US$ 14,92, o que representa um crescimento do fluxo de caixa livre "flat", ou seja, próximo a zero.
Rometty ressalta que a IBM está em "um ponto de inflexão", mas, em uma entrevista no mês passado, ela ressaltou que não está focando apenas nos interesses de curto prazo, como querem "alguns críticos de Wall Street". "O meu trabalho é equilibrar e reoganizar a empresa para atingir um crescimento duradouro no futuro", disse ela na ocasião.