Diante da pandemia do novo coronavírus, as empresas mais do que nunca precisam acelerar suas estratégias para digitalizar as operações e processos de negócios. Pesquisas realizadas durante o surto, por exemplo, indicam que as companhias que já conseguiram estabelecer uma fonte única e confiável de dados estão reagindo melhor à realidade imposta pelo Covid-19. O que elas têm de diferente é a chance de evitar que registros confusos, originados de fontes não verificadas, ou que a falta de dados fundamentais possam levar à decisões mal informadas, tornando as organizações despreparadas para retornar às operações normais.
O problema é que são poucas as companhias que estão, de fato, adiantadas nessa jornada. Estudos de mercado constatam que as maiores organizações do planeta digitalizaram, em média, menos de 30% de todas as suas operações internas e de vendas. Por que isso acontece? Entre outros fatores, porque as companhias continuam utilizando repositórios de conteúdo desconectados e que restringem a disponibilidade das informações em seu dia a dia.
Motivos para isso, de fato, não faltam. Um deles é que as empresas se veem cada vez mais diante de um desafio extremamente complexo, que exige lidar com volume, velocidade e variedade de dados crescentes a serem digitalizados. Outro fator é a descentralização dos negócios, com operações mais divididas em locais e grupos diferentes. Nesse caso, os dados acabam sendo divididos em silos completamente distantes, o que atrapalha a visibilidade global das informações mais valiosas para o desenvolvimento das estratégias e culturas organizacionais como um todo.
Obviamente, a substituição de repositórios antigos e a reimplementação deles em ambientes de Computação em Nuvem é uma maneira de reestruturar todo o modelo de uso das informações. As empresas geralmente consideram a migração de cargas de trabalho de Data Centers locais para ambientes em Nuvem para aprimorar a eficiência, aumentar a resiliência e melhorar a governança por meio de administração sistemática. Mas nem sempre essa é uma tarefa viável ou rentável.
Para empresas que não conseguem adotar completamente a Nuvem, principalmente no cenário atual, há outro caminho a seguir. Elas podem deixar os repositórios de conteúdo no local, continuar a executá-los nos Data Centers existentes e federar o acesso por meio de conexões com serviços de virtualização de dados baseados em Nuvem. É essa, no caso, a proposta da Federação de Conteúdo, uma tendência cada vez mais presente no mercado, e que tem ajudado a gerar melhores resultados às organizações.
Também conhecida como virtualização de dados, a Federação de Conteúdo é um modelo de arquitetura que ajuda a promover a interoperabilidade e o compartilhamento de informações entre repositórios descentralizados, unindo sistemas e bancos separados, criando uma visão única do conteúdo armazenado. Em síntese, essa arquitetura virtualiza o conteúdo disponível em diferentes silos espalhados pela organização, gerando um registro único, acessível por uma ferramenta de Data Intelligence preparado para eliminar erros e mitigar inconsistências a partir e regras e políticas previamente definidas pela equipe de TI ou Data Analytics da companhia.
Outra vantagem desse modelo, portanto, é que a Federação ajuda a reduzir os custos e os esforços de construção de uma plataforma digital, oferecendo serviços em nível empresarial para integrar vários repositórios de conteúdo e armazenamento de informações, sem a necessidade de investimentos mais pesados na transformação da estrutura de armazenamento prévio. Em outras palavras, esta ferramenta foi projetada para simplificar e agilizar o trabalho digital. Vale destacar que estudos indicam que, até 2021, 85% dos custos e esforços para a construção de uma plataforma digital que transforme as atividades de negócios serão investidos na integração de sistemas internos e externos, voltados ao gerenciamento dos dados.
Ao federar o acesso a diferentes áreas de armazenamentos de conteúdo, as empresas podem produzir uma visão única e consolidada das informações relacionadas a seus clientes, linhas de produção ou qualquer outra variável que precise ser administrada de forma mais próxima. Desse modo, as equipes de análise e gestão podem conferir, em tempo real, todas as informações necessárias para alavancar os próximos passos estratégicos da companhia. A Federação de Conteúdo utiliza os vários repositórios já existentes e ajuda a transformá-los em experiências digitais úteis, interligadas em uma só regra de controle. Esses serviços fornecem recursos flexíveis para acessar e gerenciar informações em uma organização.
Isso significa que os líderes não precisam abrir mão de seus vários repositórios de conteúdo herdados para ter acesso às vantagens da nova era de negócios digitais. Com a Federação de Conteúdo, as empresas ganham uma forma de gerenciar sua infraestrutura de informação de maneira mais eficaz. Assim, é possível liberar os esforços e recursos em busca dos serviços que garantirão o máximo de assertividade na utilização dos dados.
O grande ganho da Federação de Conteúdo para as empresas é a possibilidade de evoluir as jornadas de transformação digital, com menor custo e mais rapidez. Em tempos de mudanças constantes, fornecer as informações com agilidade e integridade é muito mais valioso do que a capacidade de gerar qualquer relatório que agregue apenas um lado da verdade. Com as companhias tendo que gerenciar contínuas explosões de conteúdo, produzidos por diferentes aplicações e origens, é essencial garantir ferramentas que permitam a análise estratégica e mais assertiva possível. As soluções para promover essa análise inteligente e ágil já existem – basta implementá-las para começar a obter resultados expressivos na jornada digital de seu negócio.
Paulo Padrão, sênior vice-presidente & general manager LATAM da ASG Technologies.