Nessa terça-feira, 23, a ManageEngine, divulgou a sua mais recente pesquisa, "O cenário da Segurança Cibernética no Brasil em 2024", que abrange Brasil, Argentina, Colômbia e México, totalizando 705 profissionais do setor entrevistados.
Segundo o levantamento, as violações cibernéticas continuam a subir, 54% das empresas nacionais asseguraram que enfrentaram mais violações em 2023 do que nos anos anteriores. Sendo que, 1 em cada 4 empresas sofreram ataques com perdas significativas.
Profissionais do setor cada vez mais estressados
Outro dado importante refere-se ao profissional de segurança cibernética, que segundo a pesquisa, tem sofrido um aumento no seu nível de stress nos últimos anos, representando 66% dos entrevistados da área (maior média entre os 4 países participantes).
Para Tonimar Dal Aba, gerente técnico da ManageEngine, esse problema está relacionado ao aumento dos problemas de segurança, resultado do maior número de ataques ou violações sofridas pelas empresas.
IA Generativa a favor ou contra o cibercrime?
O crescimento dos investimentos na Inteligência Artificial Generativa, e principalmente a sua proximidade com a linguagem humana, seguem levantando fortes discussões com relação as suas aplicações e principalmente regulamentações.
Mais da metade dos executivos brasileiros entrevistados afirmaram que viram a ferramenta sendo explorada a favor do crime cibernético. Esse número é superior aos outros 3 países participantes, que tiveram menos ocorrências.
Contudo, 97% dos participantes acreditam que a IA será crítica para as defesas cibernéticas em 2024. Sendo assim, aproximadamente 90% dos entrevistados confiam em soluções de cibersegurança habilitadas por IA para fazer mudanças apropriadas em suas defesas de segurança. Além disso, mais de um em cada três empresas (38%) no país utilizam IA em todas as suas soluções de cibersegurança, o percentual mais alto entre os outros países pesquisados.
De acordo com Tonimar, as empresas brasileiras estão cada vez mais conscientes do desafio em garantir ambientes de trabalho seguros. "Nossa pesquisa destaca o cenário de cibersegurança em evolução no Brasil, com empresas enfrentando riscos aumentados, mas também demonstrando um compromisso em melhorar sua postura por meio de treinamento e adoção de tecnologias avançadas como a IA. À medida que as ameaças continuam a evoluir, as empresas brasileiras se sentem mais preparadas para aproveitar soluções inovadoras para proteger seus ativos digitais e mitigar riscos de forma eficaz."
Empresas brasileiras não alcançaram conformidade total com proteção de dados
Apesar dos avanços na conscientização e treinamento em cibersegurança, as empresas brasileiras ainda enfrentam desafios para alcançar plena conformidade com as regulamentações locais e internacionais de proteção de dados. Embora 81% dos entrevistados afirmem que suas empresas estão totalmente em conformidade, uma parcela significativa (14%) expressou a intenção de alcançar essa meta até o final de 2024, demonstrando que muitas companhias ainda têm um longo caminho a percorrer. Para elas, os desafios incluem atender aos requisitos específicos de conformidade de seu setor de negócios (41%), garantir controle adequado ao compartilhar dados com parceiros (38%) e lidar com as dificuldades de elaboração de um relatório de conformidade (34%).
Kishore Kumaar, country manager da ManageEngine no Brasil, comenta que os desafios enfrentados pelas empresas brasileiras em relação às regulamentações de proteção de dados são evidentes. "Embora uma parcela substancial dos entrevistados afirme que suas empresas estão em conformidade, a parcela que busca alcançar plena conformidade até o final de 2024 indica que ainda há muito trabalho a ser feito. É essencial que empresas especializadas forneçam soluções abrangentes e personalizadas que ajudem as empresas a alcançarem um nível mais elevado de cibersegurança e conformidade regulatória", conclui.