Em parceria com a empresa Volans Informática e com financiamento da Financiadora de Estudos e Projetos – FINEP (Agência Brasileira da Inovação), o Centro Universitário da FEI desenvolveu um sistema para digitalizar os prontuários científicos do Centro de Pesquisas em Pescoço e Cabeça do Hospital Heliópolis, em São Paulo. Cerca de vinte mil prontuários, de pacientes atendidos desde 1977, são amplamente utilizados para pesquisas na área médica, inclusive por alunos de mestrado e doutorado. Porém, os prontuários estavam todos em arquivos de papel, suscetíveis ao desgaste do tempo e expostos a riscos diversos, o que significaria a perda de informações importantes.
O desenvolvimento centrado na experiência do usuário torna o sistema único no mercado brasileiro. O software foi desenvolvido após análises das tarefas dos médicos, de forma a atender aos processos específicos de um centro de pesquisa. Está disponível para tablets e outros dispositivos móveis. "É positivo poder desenvolver projetos como esse, que tem foco social e que colabora com pesquisas médicas, visando, futuramente, promover a obtenção de diagnósticos mais precisos e mais agilidade no atendimento aos pacientes", diz o professor Plínio de Aquino, de Ciência da Computação, do Centro Universitário da FEI.
"O sistema trata do passado e do futuro. Todos os prontuários existentes estão sendo digitalizados. Com o software em funcionamento, os médicos poderão acessar informações e registrar novos dados. Dessa forma, teremos uma grande contribuição científica: uma base de dados que permite análise estatística e a segmentação de pacientes a partir de características comuns", explica o professor Plínio de Aquino.
O Centro de Pesquisas em Pescoço e Cabeça do Hospital Heliópolis atende cerca de 600 pacientes por mês, e conta com aproximadamente 30 profissionais, que serão beneficiados pelo projeto. Segundo o Dr. Otávio Curioni, pesquisador do hospital, a adoção do novo sistema trará muitos benefícios, como "mais qualidade nos registros, ganho real de tempo, diminuição burocrática e facilidade na busca de informações, tanto clínicas quanto de pesquisa. Todas as pesquisas serão favorecidas, inclusive as de medicina biomolecular".
A implementação do sistema teve início em 2011, com conclusão prevista para abril de 2014. Até a finalização, ainda serão feitos testes de usabilidade, para que os médicos possam avaliar melhorias no acesso a prontuários e exames, bem como no uso da análise estatística e na eficiência do atendimento aos pacientes. O software foi desenvolvido pelo Departamento de Ciência da Computação da FEI e pela equipe Volans para atender às necessidades dos médicos e pesquisadores. Os testes de usabilidade serão realizados pelo Laboratório de Usabilidade do IPEI – Instituto de Pesquisas e Estudos Industriais, do Centro Universitário da FEI. Depois da avaliação dos usuários, o sistema poderá ser implementado em outros serviços do Hospital Heliópolis e em outros hospitais.
Gostaria de saber sobre a "garantia de legitimidade das informações digitalizadas"; e da longevidade quanto ao tempo de certificação (órgão oficial). Afinal, esses são os dois principais entraves desse tema!