A denúncia de que a Agência Nacional de Inteligência (NSA) dos Estados Unidos acessou ilegalmente servidores da Huawei, fabricante chinesa de equipamentos de rede, causou mal-estar durante o encontro que o presidente chinês, Xi Jinping, teve com o presidente dos EUA, Barack Obama, segundo notícia publicada no sábado, 22, pelo New York Times. A reunião entre os presidentes ocorreu paralelamente a uma reunião de cúpula sobre segurança nuclear em Haia, na Holanda, nesta segunda-feira, 24.
A China pediu uma explicação clara de Washington, que sempre considerou os equipamentos da Huawei uma ameaça a segurança do país, sobre a reportagem, publicada na edição online do jornal americano, que cita como fonte documentos sigilosos vazados pelo ex-prestador de serviços da NSA Edward Snowden.
Segundo o New York Times, a NSA invadiu os servidores da Huawei, instalados na sede fabricante em Shenzhen, o coração industrial da China, e obteve informações sobre as operações da empresa, além de ter controlado as comunicações de seus diretores.
A explicação, que parece não ter convencido os chineses, foi dada pelo vice-conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Ben Rhodes, que disse que os EUA não espionam com a intenção de levar vantagem comercial. Um dos objetivos da operação, batizada de 'Shotgiant', era tentar localizar possíveis vínculos entre a Huawei e o Exército Popular de Libertação, segundo um documento datado em 2010.
Os planos, no entanto, iam além e passavam também por explorar a tecnologia da empresa para poder controlar comunicações em seus aparatos exportados a outros países, afirma o New York Times.
O porta-voz da chancelaria chinesa, Hong Lei, disse que a China está "extremamente preocupada" com as acusações de espionagem. "A China já apresentou muitas queixas aos EUA sobre o assunto. E exigimos que apresentem explicação clara e parem com tais atos", disse ele em uma entrevista coletiva regular.
Questões anteriores sobre ciberespionagem já abalaram as relações entre China e EUA.