Acordo assinado nesta sexta-feira, 24, entre a Prefeitura de Fortaleza e a Angola Cables, empresa de telecomunicações que opera cabos submarinos para transmissão de dados e voz e data centers, deve transformar a capital cearense em um hub de tecnologia de informação da região.
A parceria inclui a criação de um data center de cerca de 3 mil metros quadrados de área de TI, em terreno cedido pela Prefeitura, situado na Praia do Futuro, além da construção da estação dos cabos submarinos que acolherá, entre outros, o cabo do SACS – South Atlantic Cable System, que liga Angola ao Brasil e que será o primeiro cabo a atravessar o Atlântico Sul. Também está prevista a construção da extensão desta rede para os Estados Unidos e para São Paulo, através de infraestruturas submarinas. No total, a operadora vai investir aproximadamente R$ 72 milhões no Brasil, sendo que cerca de R$ 35 milhões alocados diretamente em Fortaleza.
A instalação da Angola Cables na nossa cidade será o pontapé inicial para que diversas empresas de grande porte venham a se instalar aqui. Dessa forma, estaremos gerando mais empregos diretos, incrementando a geração de tributos na cidade, com perspectiva de aumentar em 0,2% o nosso PIB anual", disse o titular da Secretaria Municipal do Desenvolvimento Econômico (SDE), Robinson de Castro.
Além de uma posição geográfica privilegiada e estratégica, próxima dos continentes europeu e africano, assim como dos Estados Unidos, a capital cearense já conta com sete cabos submarinos de fibra ótica instalados. "Queremos transformar Fortaleza em um hub de comunicação digital na América Latina e um dos principais centros de tecnologia do Brasil. O objetivo é usar esse polo de comunicação para promover o surgimento de uma série de negócios com impactos diretos na economia local", explica o CEO da Angola Cables, António Nunes.
O data center e a estação de cabos integram os projetos SACS e o Monet, os quais, considerando toda a infraestrutura e a operação, contarão com um investimento total de cerca de US$ 300 milhões.
O SACS vai interligar Luanda, em Angola, a Fortaleza, no Brasil, por meio de um cabo submarino de fibras óticas de cerca de 6 mil quilômetros. O SACS é o primeiro cabo submarino de telecomunicações a ser instalado no Atlântico Sul, ligando a África à América do Sul. Será uma rota alternativa de acesso do brasileiro e dos africanos. Segundo a Angola Cables, o percurso da informação entre Angola e Brasil será feito em cerca de 63 milissegundos — a transmissão via satélite é de 360 milissegundos. O SACS, que terá capacidade de comunicação de pelo menos 40 Tbps, conta com a Angola Cables como a principal investidora. A previsão é de que o projeto esteja em operação no primeiro trimestre de 2017.
Já o Monet é um cabo submarino de fibra ótica que interligará as cidades de Santos, Fortaleza e Miami. Diferente do SACS, 100% da Angola Cables, o Monet, além da operadora angolana, conta com investimentos do Google, da uruguaia Antel e da Algar Telecom. Sua rota será de mais de 10 mil quilômetros e capacidade de comunicação de pelo menos 60 Tbps, em seis pares de fibra, sendo duas da Angola Cables. A construção desse cabo já começou e deve terminar até o final de 2016.