A investigação antitruste pela qual o Google passa há quatro anos, acusado pela União Europeia de favorecer propositalmente seus serviços nos resultados de buscas, pode se tornar um caso ainda mais custoso à empresa do que a longa investigação da Microsoft, que resultou em uma multa de US$ 2,2 bilhões. A informação é do jornal britânico The Guardian.
Em uma dramática mudança de posição, o chefe da Comissão Europeia, Joaquín Almunia, disse ao Parlamento Europeu que a menos que o Google altere suas propostas para resolver a ação judicial, pode enfrentar uma "nota de ilicitude", que acarretará em uma multa de US$ 6 bilhões, o equivalente a 10 % da receita global da companhia.
Ele acrescentou que a Comissão Europeia também poderia abrir uma investigação sobre o posicionamento preferencial para o Google em seu sistema operacional Android, que é o software mais utilizado em smartphones na Europa e no resto do mundo, bem como para "o possível desvio de tráfego de internet para os serviços do Google que não são de busca".
O anúncio de Almunia marca um revés em um possível acordo anunciado em fevereiro, quando ele estava prestes a aceitar para resolver a longa disputa com o Google. O comissário voltou atrás após receber críticas de políticos europeus, grupos de lobby e outros comissários. Almunia admitiu ainda que a decisão final sobre o caso ficará sob responsabilidade de sua sucessora, a ex-ministra da Economia dinamarquesa Margrethe Vestager, que assumirá o posto em outubro, quando o atual mandato do comissário terminar.
Al Verney, representante do Google, disse apenas: "Continuamos a trabalhar com a Comissão Europeia para resolver suas preocupações.", em resposta ao rumo que a investigação tomou.