De tempos em tempos surgem descobertas e conceitos que parecem alterar todo o rumo da humanidade, assim como aconteceu com a invenção da roda, o desenvolvimento da imprensa por Guttermberg, a revolução industrial e a criação dos primeiros computadores pessoais. Agora, o novo conceito que promete sacudir os antigos paradigmas se chama "Internet das Coisas" (Internet of Things), uma espécie de revolução tecnológica que visa conectar os itens utilizados no dia a dia à rede mundial de computadores e dispositivos móveis.
A ideia central é que o mundo físico e o digital transformem-se em um só com o surgimento de itens, como eletrodomésticos, meios de transporte, tênis, roupas e até maçanetas, conectados à internet, smartphones e outras plataformas. Sua principal missão é simplificar as tarefas cotidianas e permitir a tomada de decisões com o envio de notificações sem a intervenção humana – uma realidade que pode transformar, para melhor, o modo como as pessoas cuidam da saúde, gerenciam recursos e fazem transações financeiras.
Alguns exemplos práticos de como a "Internet das Coisas" está sendo empregada nos fazem lembrar de antigos filmes de ficção científica. Como o ferro de passar que se desliga automaticamente se você saiu de casa com pressa. Ou quando o carro sabe quando é necessária uma mudança de óleo e avisa o motorista para agendar uma manutenção. Já com as ferramentas analíticas do SAS, é possível rastrear o comportamento do usuário para fazer uma análise preditiva e entender as chances de um enfarte. Elas ajudam descobrir padrões no passado que podem sinalizar o que está por vir. E quando o risco aumenta, é possível enviar um SMS avisando o perigo.
Foi justamente na área médica que surgiram os primeiros usos de internet em objetos, quando os pacientes passaram a ter acesso a aparelhos como balanças e medidores de pressão arterial capazes de gravar e enviar, para a nuvem, os dados coletados, compartilhando-os com parentes e médicos.
Já no mundo corporativo, as aplicações ganharam uma complexidade muito maior. A necessidade de processar grandes quantidades de informações em tempo real é fundamental para setores como energia, recursos naturais, telecomunicação e serviços financeiros. Para estas áreas, realizar análises de dados somente após os mesmos serem armazenados pode representar atraso na tomada de decisões estratégicas. Em situações de emergência é preciso processar e analisar esses dados em milissegundos ou microssegundos para as empresas se manterem competitivas e maximizarem o valor de seus produtos e serviços.
É o caso das grandes companhias de petróleo que monitoram os dados em tempo real sobre as suas bombas de óleo no fundo do oceano. Com recursos de alta potência combinados com ferramentas tecnológicas, algoritmos matemáticos e outros servidores, as empresas petrolíferas podem executar cálculos estatísticos para determinar se as bombas necessitam de manutenção ou precisam ser substituídas, gerando uma economia de milhões para a empresa e uma menor exploração dos recursos naturais.
Para aqueles que acreditavam que isso poderia ser mais uma tendência passageira, um estudo do Gartner mostra que as plataformas baseadas em IoT devem alcançar, aproximadamente, 26 bilhões de dispositivos conectados até 2020, o que representa um crescimento de quase 30 vezes em relação a 2009. Isso nos mostra que tanto para o uso empresarial, em busca de decisões mais assertivas, quanto para a utilização doméstica, a "Internet das Coisas" é hoje uma das maiores revoluções tecnológicas da humanidade.
Monica Tyszler, diretora de Soluções do SAS.