As ações da Apple chegaram a cair 1,7% nesta segunda-feira, 25, depois que a corretora BGC Partners rebaixou os papéis da empresa para "vender" em razão dos crescentes indícios de desaceleração nas vendas do iPhone. No acumulado do ano, a queda já chega a 8%.
"Se você olhar para o primeiro semestre do ano, não dá para se entusiasmar com o próximo ciclo de atualização do iPhone, pois já vimos que a atualização para o iPhone 6s foi mais lenta do que para o iPhone 6, e avaliamos que a desaceleração nas vendas continuará quando o próximo iPhone chegar ao mercado, que já dá sinais de saturação, com crescimento mundial inferior a 1%", disse Colin Gillis, analista de tecnologia da BGC Partners.
Em seu relatório sobre a primeira metade do ano, Gillis, que rebaixou as ações da Apple, acha que é hora dos investidores abandonarem os papéis da empresa. O principal motivo para a desclassificação de Apple — para cortar seu preço-alvo para US$ 85 ante US$ 110 — foi justamente a desaceleração nas vendas do iPhone.
Gillis também acredita que a gigante de tecnologia deve diversificar as receitas e fazer aquisições maiores. "Se analisarmos veremos que gestão [da Apple] não tem diversificado as fontes receitas. Em cinco anos, a única categoria de produto nova que surgiu foi o Apple Watch, e isso não teve impacto material sobre as receitas. Eles desperdiçaram dinheiro em vez de recomprar ações", argumenta Gillis.
De fato, as vendas do Apple Watch caíram 55% no segundo trimestre deste ano em razão do adiamento das compras por parte de potenciais consumidores devido a rumores de que a Apple fará uma atualização do relógio inteligente ainda neste ano, segundo o último relatório da empresa de inteligência de mercado IDC.
Levantamento da consultoria aponta que a Apple vendeu 1,6 milhão de unidades entre abril e junho deste ano, abaixo dos 3,6 milhões de unidades registrados em igual período do ano passado. As vendas globais de smartwatchs caíram 32%, para 3,5 milhões de unidades.