Ao que tudo indica ainda está longe um acordo entre a SAP e a Oracle no processo que esta move contra a multinacional alemã sob acusação de roubo de software. Quem descarta essa possibilidade é o vice-presidente de finanças da SAP, Werner Brandt, que não considera provável um acordo extrajudicial com a Oracle no momento.
"É uma possibilidade que não descartamos, mas por enquanto não é viável. Nossas únicas conversações com eles estão acontecendo como parte dos procedimentos judiciais", afirmou o executivo em entrevista à revista alemã Euro am Sonntag.
A Oracle abriu um processo contra a SAP em março do ano passado, sob a alegação de uso ilegal de códigos de acesso online de clientes para roubar um software protegido por direitos autorais. A companhia americana acusa a SAP de obter repetidamente acesso não autorizado ao site de suporte a clientes protegido por senhas. Segundo a Oracle, isso permitiu à SAP copiar milhares de produtos seus e outros materiais confidenciais para seus próprios servidores e compilou uma biblioteca ilegal de códigos de programação protegidos por direitos autorais.
No processo, a empresa informou que "um armazém de propriedade intelectual roubada da Oracle" permitiu à SAP oferecer serviços de suporte a seus clientes e ajudou a empresa alemã a convertê-los para seus próprios produtos. A Oracle informou ter notado atividade incomum em seus sistemas perto do fim do ano passado e que isso não correspondia ao tipo de acesso autorizado disponível a clientes.
A ação afirma, ainda, que a funcionários da SAP usaram credenciais de acesso de clientes da Oracle que tinham validades expiradas ou perto do vencimento e com elas copiaram milhares de materiais. Os downloads dos conteúdos foram significativos, afirmou a Oracle na ocasião, acrescentando que os downloads tiveram origem não a partir de qualquer localização de cliente da empresa, mas de um endereço da internet no Texas registrado em nome da subsidiária da SAP TomorrowNow, fundada por ex-executivos da PeopleSoft. A Oracle comprou a PeopleSoft em 2005.
Na época, a SAP admitiu que a TomorrowNow, que presta suporte de software a clientes PeopleSoft e JD Edwards, realizou "downloads indevidos" de documentos pertencentes à empresa.