TIM destaca potencial da mobilidade, mas critica custos de redes de transmissão

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O presidente da TIM no Brasil, Luca Luciani, foi enfático durante a sua palestra na Futurecom, realizada nesta terça, 26, ao falar sobre o potencial de crescimento do mercado brasileiro de mobilidade. Mas fez um alerta: esse crescimento passa pela redução dos custos de transmissão.
"Temos o quarto mercado potencial de receita. E há três fatores de crescimento: aumento da penetração, demanda de uso reprimida e demanda de dados. Podemos dobrar a receita desse mercado", disse. Para Luciani, não existe falta de demanda, "mas tem que melhorar a infraestrutura de oferta".
Segundo o executivo, a competição é o motor da penetração. "A situação no Brasil é única, com quatro operadores parecidos em market share. Isso só existe na Inglaterra e EUA", disse. Com mais competição, explica o executivo, teremos mais penetração. "Estamos próximos de 100% de penetração no Brasil. Na Itália são 150% e no Reino Unido são 130%. A penetração deve continuar crescendo", destaca Luciani.
Ele também lembrou que no Brasil se usa pouco o celular. No país, o MOU (minutes of use) médio é de 106 minutos por mês, mas países como a Índia têm um MOU de 382 minutos, e nos EUA, 812 minutos. "O problema é o preço médio, de US$ 0,10 no Brasil, contra US$ 0,01 por minuto na Índia e US$ 0,04 nos EUA". A TIM tem procurado contornar esse problema com um novo modelo de tarifação, em que apenas o primeiro minuto é cobrado, e desde a adoção desta estratégia, o MOU médio do Brasil deu um salto significativo.
Já o desafio de crescer em dados é ainda maior, diz Luciani. "Os dados no Brasil representam apenas 16% da receita das operadoras, contra 32% nos EUA ou 60% no Japão. Mas as pessoas no Brasil são as que mais usam Internet no mundo. Então, se não é o problema de demanda, onde está o problema?", questiona o executivo.
Segundo ele, o potencial é imenso, com cerca de 92 milhões de pessoas que querem e não têm acesso à Internet. "O problema são os custos de transmissão", diz Luciani. Ele destaca que os preços dos devices cairam 80% de 2008 para cá. No mundo, os custos do NodeB (ERB) caíram cerca de 47% desde 2008. "Mas o custo da linha dedicada no Brasil é 55% maior do que na Europa". Com isso, diz Luciani, o custo da rede subiu 88% no Brasil desde 2008, e hoje esse componente representa 63% do custo de operação. Também o custo de energia subiu 9%, componente que tem um peso de 37% do custo operacional. "Temos que refletir sobre isso, pois é a situação do setor. Não é a nossa situação apenas, é a de todo o mercado".
Ele destaca que nas áreas competitivas, a concorrência se desenvolverá naturalmente e isso puxará a penetração. Nas áreas em que há deficiência de atendimento é preciso compartilhar as redes, diz. "E nas áreas de baixa atratividade, temos que cooperar e ir juntos com o poder público".

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