Desaceleração das vendas do iPhone afeta lucro e receita da Apple no 1º trimestre fiscal

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Apesar de a Apple ter fechado o primeiro trimestre do ano fiscal de 2016, encerrado em 26 de dezembro de 2015, com crescimento de 1,7% na receita, para US$ 75,87 bilhões, esta foi a menor taxa de crescimento da companhia desde junho de 2013 — um pouco antes da introdução no mercado do iPhone 5S, quando sua receita aumentou apenas 0,9%.

Na esteria da fraca expansão da receita, o lucro líquido da Apple também teve aumento modesto, de 1,9%, para US$ 18,36 bilhões, contra US$ 18,02 bilhões registrados em igual período do exercício fiscal anterior. O lucro por ação cresceu mais acentuadamente, para US$ 3,28, ante US$ 3,06 um ano antes, em razão da intensificação do programa de recompra de ações da empresa.

O motivo da desaceleração da receita, segundo a Apple, foi o ritmo de crescimento mais lento das vendas do iPhone desde a sua introdução em 2007. A fabricante prevê que a receita no trimestre atual vai diminuir pela primeira vez em 13 anos, sinalizando o esgotamento do período de hipercrescimento. Além do fraco desempenho do iPhone, que representam cerca de dois terços da receita da Apple, as vendas do iPad vêm registrando queda há dois anos consecutivos, e as vendas de computadores Mac voltaram a cair no trimestre.

A Apple também atribui o resultado aos efeitos da valorização do dólar em geral e à desaceleração da economia global. A empresa advertiu que a China, seu maior mercado no exterior, começou a dar "sinais de enfraquecimento econômico" — dois terços da receita da fabricante vêm do exterior. A Apple diz que, se for excluindo o impacto da valorização do dólar, a receita teria crescido 8% na comparação com o ano anterior.

Embora as vendas do iPhone tenham crescido no ano passado, após a introdução de modelos com tela maior no fim de 2014, analistas avaliam que os novos smartphones, como os iPhones 6S e 6S Plus, incorporaram mudanças pouco perceptíveis e não têm conseguido entusiasmar tanto os consumidores.

Durante teleconferência com analistas, o diretor financeiro (CFO) da Apple, Luca Maestri, disse que o aumento das vendas e as margens fortes levaram à expansão do lucro líquido e do EPS [lucro por ação], apesar do ambiente macroeconômico global muito difícil. "Nós geramos um fluxo de caixa operacional de US$ 27,5 bilhões no trimestre, e um retorno de US$ 9 bilhões para os investidores por meio da recompra de ações e pagamento de dividendos."

Os resultados não foram bem recebidos por Wall Street. As ações da Apple que já haviam caído cerca de 2% no after-hours trading, negociação após o fechamento da Nasdaq, logo após a divulgação do balanço na terça-feira, 26, abriram em queda e assim vêm se mantendo em todo o pregão nesta quarta-feira, 27. Às 11h37 em Nova York (14h37, no horário de Brasília), os papéis da empresa eram negociados a US$ 94,76, baixa de 5,23%.

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