Cientistas da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz) e da Faculdade Infórium de Tecnologia de Belo Horizonte (FIT-MG) estão usando o World Community Grid para pesquisar componentes químicos que podem se tornar potenciais novas drogas para o tratamento da esquistossomose.
Para acelerar o estudo, o poder computacional do World Community Grid é usado para análise de milhões de compostos químicos potenciais, que poderão ser usados como drogas candidatas. No lugar de efetuar testes caros e consumir tempo em experimentos de laboratórios, as simulações com software serão feitas por meio dos computadores membros do projeto.
O World Community Grid é uma comunidade online criada para ajudar no avanço de pesquisas que buscam o tratamento e a cura de doenças. Com o apoio da IBM, a capacidade ociosa dos computadores de voluntários online de todo o mundo é utilizada para acelerar o desenvolvimento dessas pesquisas. Estima-se que atualmente 650 milhões de computadores estejam ociosos em todo o mundo e que apenas 5% da capacidade dos PCs seja utilizada.
“Os cálculos envolvidos são muito intensos e poderiam levar mais de 30 anos para ser concluídos com computadores normalmente disponíveis aos pesquisadores. Com a ajuda do projeto será possível reduzirmos o tempo necessário para testar os milhões de compostos para cerca de um ano. Por isso é tão importante a conscientização e a participação das pessoas e comunidades nesse projeto que não tem custo, apenas a doação do tempo ocioso do seu computador”, afirma Rosangela Hickson, pesquisadora responsável pelo projeto Say No To Schistosoma.
A esquistossomose é uma doença parasitária, transmitida pela água suja e decorrente de regiões tropicais. É considerada a segunda maior causa de mortes em regiões tropicais, ficando atrás somente da malária. Atualmente, não existe uma vacina disponível para prevenir a doença, apesar de várias pesquisas em andamento. “Um passo importante nesse combate é a conscientização das pessoas para a prevenção. Uma boa educação sanitária, saneamento básico e o controle dos hospedeiros intermediários (caramujos) são medidas necessárias para a profilaxia e o controle da esquistossomose”, explica Rosangela.
De acordo com Alcely Strutz, executiva de Cidadania Corporativa da IBM Brasil, para que um projeto seja beneficiado pelo World Community Grid é preciso que tenha potencial para criar melhorias para a sociedade, gerar dados que possam servir a outras pesquisas e pesquisadores, e instigar o voluntariado. “Este é o caso da pesquisa para combate à esquistossomose. Estamos orgulhosos em termos a FIOCRUZ e a Faculdade Infórium, importantes instituições de pesquisa, como parceiras em um projeto tão relevante para a sociedade”, conclui.
Qualquer pessoa pode doar o tempo ocioso dos seus computadores, basta se cadastrar pelo link www.worldcommunitygrid.org. Já são mais de 500 mil pessoas inscritas e mais de 1,5 milhão de computadores envolvidos. Entre outras doenças já estudadas estão Aids, Câncer e Dengue. A IBM contribui com hardware, software e serviços para a iniciativa, além de oferecer hospedagem gratuita, manutenção e suporte.