Durante reunião do conselho de administração a Apple, o CEO Tim Cook foi questionado sobre o futuro dos produtos da empresa. Após promover um verdadeira revolução no mercado com os lançamentos do iPhone e do iPad, que também impactaram a TI corporativa com o chamado BYOD (“traga seu próprio dispositivo”), a companhia enfrenta pressão de Wall Street por continuar a inovação, diferenciada da concorrência. Um sinal disso é o recuo no preço das ações da companhia, cuja queda acumulada já chega a 35% em relação ao pico de US$ 705 alcançado em setembro do ano passado na Nasdaq.
Cook afirmou que não estava satisfeito com a cotação dos papéis, mas pediu paciência aos membros do conselho. “Estamos focados num trabalho de longo prazo”, justificou. Ele enumerou diversas conquistas da empresa para corroborar sua estratégia, conforme informa o The Wall Street Journal. No quarto trimestre do ano passado, a companhia desapontou investidores, mesmo contabilizando alta de 18% na receita e o maior lucro entre qualquer outra empresa de capital aberto — e os questionamentos feitos na reunião espelham a ansiedade contínua dos acionistas em relação aos próximos lançamentos.
Foram feitas perguntas sobre como a Apple investe em pesquisa e desenvolvimento de produtos e como expandir ainda mais a participação de mercado. “Nós investimos em coisas com as quais acreditamos serem incríveis de se trabalhar”, rebateu o CEO. Para ele, a fabricante lança produtos apenas de maneira “deliberada e pensada”. “Ganhar [participação], para nós, não é dar o nosso máximo. Nós queremos é fazer o melhor”, enfatizou.
Diversos analistas da indústria esperam que a companhia lance, ainda neste ano, um aparelho de TV e até mesmo um iPhone mais barato, direcionado a países emergentes, para abocanhar uma fatia desse mercado hoje dominado pela Samsung. O executivo, contudo, não sinalizou sobre os prováveis produtos no futuro.
Em resposta a um dos acionistas, Cook diz não estar muito preocupado sobre a canibalização das vendas do iPad com a versão Mini do tablet, menor, mais barata e com resolução inferior. Ele repetiu o posicionamento adotado desde a apresentação do aparelho: é melhor que a própria Apple tire dela mesmo uma parcela de um produto já no mercado, com uma nova versão, antes que uma concorrente venha e o faça. “Acredito fortemente que esse é o tipo de produto excelente. É precisamente a coisa certa a se fazer, ótimo para os consumidores e ótimo para a Apple também”, finalizou.